domingo, 17 de abril de 2011

Cidade de jericó. Uma das mais antigas cidades do mundo continuadamente habitada.


História. Tempos antigos:


Acredita-se que Jericó seja uma das mais antigas cidades continuamente habitadas do mundo, com evidência de assentamentos datados de antes de 9000 a.C, provendo informações importantes sobre antigas habitações humanas no Oriente Próximo. O primeiro assentamento permanente foi construído próximo o Ein as-Sultan, entre 8000 e 7000 a.C. por um povo desconhecido, e consistiu de um certo número de muros, um santuário e uma torre de sete metros de altura com uma escadaria interna. Após alguns séculos, foi abandonado para um segundo assentamento, estabelecido em 6800 a.C, talvez pela invasão de um povo que absorveu os habitantes originais para dentro de sua cultura dominante. Artefatos datados desse período incluem dez crânios, engessados e pintados como para reconstituir as feituras individuais. Isso representa o primeiro exemplo de retrato na Arte Histórica, estes crânios foram preservados em casas populares enquanto os corpos ficaram apodrecendo. Este foi seguido por uma sucessão de assentamentos de 4500 a.C. adiante, o maior destes foi construído em 2600 a.C. Evidências arqueológicas indicam que na metade final do Bronze Médio (c.e 1700 a.C), a cidade desfrutou alguma prosperidade, seus muros tinham sido reforçados e expandidos. A cidade canaanita (Jericho City IV) foi destruída c.e 1550 a.C, e o sítio remanescente ficaram desabitados até que a cidade fosse refundada no século IX a.C. No século VIII a.C, os assírios invadiram pelo norte, seguidos pelos babilônios, e Jericó ficou despovoada entre 586 e 538 a.C, o período do exílio babilônico. Ciro o Grande, rei persa, refundou a cidade, a um quilômetro e meio, a sudeste do seu sítio histórico, o monte do Tell es-Sultan, e retornando os judeus exilados após a conquista da Babilônia em 539 a.C. 
Antiguidade Clássica.

Remanescentes do palácio de Herodes.
Jericó foi desde o início um centro administrativo sob domínio persa, serviu como um estado particular Alexandre o Grande cerca de 340 a 323 a.C. após a conquista da região. Em meados do século II a.C., Jericó ficou sob domínio helenista, o general sírio Báquides construiu alguns fortes para fortalecer as defesas da área ao redor de Jericó contra a invasão dos macabeus (1 Mac 9:50). Um dos seus fortes, construído na entrada do Wadi Qelt, foi posteriormente refortificado por Herodes, o Grande, que o nomeou de Kypros, em homenagem a sua mãe.
Heródes inicialmente arrendou Jericó de Cleópatra depois de Marco Antônio tê-la dado a ela como um presente. Após seu suicídio coletivo em 30 a.C, Otaviano assumiu o controle do império romano e deixou Heródes reinando sobre Jericó. Heródes supervisionou a construção do hipódromo-teatro (Tel es-Samrat) para divertir seus convidados e novos aquedutos para irrigação da área abaixo dos precipícios e próximo do seu palácio de inverno construído no sítio de Tulul al-Alaiq.
O assassinato dramático de Aristóbulo III em uma piscina de Jericó, como dito pelo historiador Josefo, durante um banquete organizado por Herodes. A cidade, desde a construção de seus palácios, não funcionou apenas como um centro agrícola e nem como um cruzamento, mas como uma estação de inverno à aristocracia de Jerusalém.
Herodes foi sucedido pelo seu filho, Arquelau, o qual construiu uma vila adjacente a Jericó em seu nome, Archelais, casa de operários da sua plantação (Khirbet al-Beiyudat). No século I Jericó é descrita na Geografia de Estrabão:
"Jericó é como uma planície cercada por um tipo de zona montanhosa, a qual em um caminho,encontra-se como um teatro. Aqui está a Fenícia, a qual é diferenciada também com todos os tipos de cultivos e árvores frutíferas, ainda que compõe-se sobre tudo de palmeiras. Tem cem estádios de comprimento e é em toda parte abastecida com riachos. Aqui também estão o Palácio e o Parque do Bálsamo".
As tumbas cortadas na rocha de um cemitério da era herodiana e hasmoneana jazem na parte baixa do penhasco entre Nuseib al-Aweishireh e Jebel Quruntul em Jericó e foram usados entre 100 a.C.e 68 d.C.
A Bíblia declara que Jesus passou por Jericó, curou dois cegos e a conversão de um coletor de impostos local de nome Zaqueu. Após a queda de Jerusalém pelo exército de Vespasiano em 70 d.C., Jericó declinou rapidamente, e pelo ano 100 d.C. a cidade foi uma pequena guarnição romana. Pouco tempo depois disso, construíram sobre a área da cidade que foi abandonada, e uma Jericó bizantina, Ericha, foi construída a um quilômetro e meio à leste, ao redor da qual a cidade moderna está centrada. O cristianismo pegou na cidade durante a era bizantina e a área foi grandemente populosa. Um número de monastérios e igrejas foi construído, incluindo São Jorge de Koziba em 340 d.C. e uma cúpula de igreja foi dedicada para Eliseu. Umas duas sinagogas foram construídas no século VI. Os monastérios foram abandonados após a invasão persa de 614.
Período do Califado árabe
Um mosaico árabe omíada de Khirbat al-Mafjar em Jericó.
Por volta de 661, Jericó estava sobre o domíno da dinastia omíada. O décimo califa da dinastia, Hisham ibn Abd al-Malik, construíu um complexo palacial conhecido como Khirbet al-Mafjar cerca de um quilômetro e meio a norte do Tell as-Sultan em 743, duas mesquitas, um pátio, mosaicos, e outros items que podem ser vistos hoje in situ, apesar de terem sido parcialmente destruídos no terremoto de 747.
O domínio omíada terminou em 750 e foi seguido pelos califados árabes das dinastias abássidas e fatímida. A agricultura irrigada foi desenvolvida sobre o domínio islâmico, reafirmando Jericó a reputação de uma fértil "Cidade das Palmeiras". Al-Maqdisi, o geógrafo árabe, escreveu em 985 que, "a água de Jericó é considerada a maior e melhora em todo o Islã. Bananas são abundantes, também flores de fragrância aromática.”
A cidade prosperou desde 1071 até a invasão dos turcos seljúcidas, seguido pelo transtorno dos cruzados. Em 1179, os cruzados reconstruíram o Mosteiro de São Jorge de Koziba, no lugar original, a nove quilômetros do centro da cidade. Eles também construíram outras duas igrejas e um monastério dedicado a João Batista e são reconhecidos como introdutores da produção de cana-de-açúcar na cidade. Em 1187, os crusados foram expulsos pelas forças aiúbidas de Saladino após sua vitória na Batalha de Hattin, e a cidade lentamente foi ao declínio. Em 1226, o geógrafo árabe Yaqut al-Hamawi falou de Jericó: "muitas palmeiras, também cana-de-açúcar em quantidade, e bananas. O melhor de todo o açúcar na terra de Ghaur é feito aqui." No século XIV, Abu al-Fida escreveu que em Jericó estão minas de enxofre, "a única na Palestina."
Período Otomano (1517-1918)

Antigo cartão  postal de Jericó no final do século XIX ou início do XX.
Nos primeiros anos do domínio Otomano, Jericó fez parte do waqf e do emirado de Jerusalém. Os aldeões transformaram índigo em uma fonte de renda, usando um caldeirão especial para esse propósito, que foi emprestado pelas autoridades otomanas em Jerusalém. Durante a maior parte do período Otomano, Jericó foi uma pequena vila de agricultores suscetíveis a ataques de beduínos. No século XIX, estudiosos europeus, arqueólogos e missionários visitaram-na freqüentemente. A primeira escavação arqueológica no Tell as-Sultan foi realizada em 1867, e os monastérios de São Jorge de Koziba e João Batista foram refundados e concluídos em 1901 e 1904, respectivamente.

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