Nem tudo na política é tradição familiar. Mas que ter um sobrenome forte, ou mesmo contar com um empurrãozinho familiar, é importante para sair à frente na política, isso é consenso. Em Alagoas, jovens políticos avaliam que é preciso mostrar trabalho para ser reconhecido, enquanto políticos da velha guarda ainda reproduzem o modelo das oligarquias. Pai do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), o senador Benedito de Lira (PP-AL) não é oriundo de família tradicional política, mas está empenhado em construir essa tradição em seu clã. O alagoense é um dos principais motivadores e responsável por traçar estratégias políticas para a carreira do filho. Benedito conta que foi por causa de seu apadrinhamento que Arthur Lira se elegeu pela primeira vez vereador. “No início, ele não tinha receptividade. Certo dia, ele falou: ‘Papai, eu não tenho como continuar. As pessoas não acreditam no que eu digo, ficam até duvidando que eu sou seu filho’. Eu, então, fiz um santinho para ele e botei no verso: ‘Meus amigos, eu peço voto para o vereador número tal e lhe agradeço’. Aí eu fui com ele para a rua. Resultado, ele foi um dos vereadores mais votados da capital”, afirma Benedito. O senador relembra que, em várias eleições, foi necessário ir “para a linha de frente” para ajudar a eleger o filho. Com orgulho da prole, Benedito afirma que foi a partir de seus conselhos que Arthur se candidatou a deputado estadual e federal. “Em 1998, eu me candidatei a vice-governador e disse a ele: 'Arthur, sai candidato a deputado, porque a Assembleia não tem mais nenhuma pessoa minha'. Então, eu fui para a linha de frente e ele se elegeu de novo”, conta. Benedito de Lira avalia que a permanência de seu filho na política é importante para dar continuidade a seu trabalho de quase 50 anos de vida pública. “Agora na eleição de 2010, eu disse: 'Arthur, eu vou sair para o Senado, é uma eleição muito difícil, então, você vai sair deputado federal, porque se eu ganhar, estaremos juntos, e se eu perder, você dará continuidade ao meu trabalho no Congresso'. Agora estou muito feliz, porque ele está se saindo muito bem. Já tem uma boa articulação e está ocupando espaço extraordinário dentro da bancada”, diz.
Resultado
Filho de um dos mais poderosos políticos de Alagoas, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o deputado Renan Filho (PMDB-AL) começou a carreira pública no movimento estudantil, como presidente do diretório acadêmico do curso de Economia da Universidade de Brasília (UnB). O primeiro cargo eletivo foi como prefeito da cidade de Murici, terra natal da família Calheiros. Renanzinho, como é conhecido, permaneceu na prefeitura até o ano passado, quando se licenciou para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Deputado mais votado da história de Alagoas, Renan Filho conta que, inicialmente, o seu pai foi contrário que ele entrasse na vida política. “No início, ele tentou de todas as formas que eu não fosse candidato. Achou que eu deveria seguir outra trajetória. Mas essas coisas a gente traz com a gente. Acho que na política é onde a gente mais tem condições de melhorar a vidas das pessoas. Por isso, eu faço política”, diz o deputado.
Depois de decidir pelo caminho da política, Renan Filho afirma que o apoio do pai foi importante. “Ajudou politicamente, ajudou partidariamente. De forma que o apoio dele sempre foi importante para minha carreira política”, conta. Para o peemedebista, no entanto, “ninguém melhor do que a democracia” para julgar a continuidade de um grupo político no poder. “Independentemente se há continuidade ou se não há na política, o que tem que ter é resultado, é trabalho. Ninguém melhor do que a democracia para julgar isso. Quem julga meu mandato, se estou trabalhando, se estou prestando serviço, é o povo. Eu fui eleito com 140 mil votos, quase 10% dos eleitores do meu estado, porque eu tinha feito um bom trabalho na prefeitura. Se eu não tivesse desenvolvido um bom trabalho, como é que eu ia dizer: ‘Vote mim porque eu sou filho do meu pai?’”, questionou Renan. Mostrar serviço também é, na avaliação do deputado Rui Palmeira (PSDB-AL), o caminho para se perpetuar na vida pública. Filho do ex-governador, ex-senador e ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) Guilherme Palmeira, o tucano é neto do ex-senador Rui Soares Palmeira. O alagoano reconhece que a bagagem política da família o ajuda na vida pública, mas afirma que apenas o sobrenome não faz um político. “Desde o início ter o nome de meu avô foi para mim uma responsabilidade grande. Só com o nome não se chega a lugar nenhum. O nome não representa tudo na política. Você parte um pouco à frente, mas nem tudo é tradição familiar”, afirma Rui Palmeira, relembrando que, em 2002, perdeu as eleições e, em 2006, venceu com reconhecimento por seu desempenho na Assembleia Legislativa.
Leia também:
Alagoas: em família desde a proclamação da República
Agonia acaba para Renan, mas não para Collor
Resultado
Filho de um dos mais poderosos políticos de Alagoas, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o deputado Renan Filho (PMDB-AL) começou a carreira pública no movimento estudantil, como presidente do diretório acadêmico do curso de Economia da Universidade de Brasília (UnB). O primeiro cargo eletivo foi como prefeito da cidade de Murici, terra natal da família Calheiros. Renanzinho, como é conhecido, permaneceu na prefeitura até o ano passado, quando se licenciou para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Deputado mais votado da história de Alagoas, Renan Filho conta que, inicialmente, o seu pai foi contrário que ele entrasse na vida política. “No início, ele tentou de todas as formas que eu não fosse candidato. Achou que eu deveria seguir outra trajetória. Mas essas coisas a gente traz com a gente. Acho que na política é onde a gente mais tem condições de melhorar a vidas das pessoas. Por isso, eu faço política”, diz o deputado.
Depois de decidir pelo caminho da política, Renan Filho afirma que o apoio do pai foi importante. “Ajudou politicamente, ajudou partidariamente. De forma que o apoio dele sempre foi importante para minha carreira política”, conta. Para o peemedebista, no entanto, “ninguém melhor do que a democracia” para julgar a continuidade de um grupo político no poder. “Independentemente se há continuidade ou se não há na política, o que tem que ter é resultado, é trabalho. Ninguém melhor do que a democracia para julgar isso. Quem julga meu mandato, se estou trabalhando, se estou prestando serviço, é o povo. Eu fui eleito com 140 mil votos, quase 10% dos eleitores do meu estado, porque eu tinha feito um bom trabalho na prefeitura. Se eu não tivesse desenvolvido um bom trabalho, como é que eu ia dizer: ‘Vote mim porque eu sou filho do meu pai?’”, questionou Renan. Mostrar serviço também é, na avaliação do deputado Rui Palmeira (PSDB-AL), o caminho para se perpetuar na vida pública. Filho do ex-governador, ex-senador e ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) Guilherme Palmeira, o tucano é neto do ex-senador Rui Soares Palmeira. O alagoano reconhece que a bagagem política da família o ajuda na vida pública, mas afirma que apenas o sobrenome não faz um político. “Desde o início ter o nome de meu avô foi para mim uma responsabilidade grande. Só com o nome não se chega a lugar nenhum. O nome não representa tudo na política. Você parte um pouco à frente, mas nem tudo é tradição familiar”, afirma Rui Palmeira, relembrando que, em 2002, perdeu as eleições e, em 2006, venceu com reconhecimento por seu desempenho na Assembleia Legislativa.
Leia também:
Alagoas: em família desde a proclamação da República
Agonia acaba para Renan, mas não para Collor
Nenhum comentário:
Postar um comentário