sábado, 31 de maio de 2014

Folha de São Paulo diz que Cássio está inelegível em 2014 e lançará Pedro Cunha Lima candidato

Agora não são apenas juristas de fora - imunes a paixão política que envolve os paraibanos, ao ponto de fazê-los perder a noção do que é digno e decente -, que afirmam a inelegibilidade de Cássio Cunha Lima. Veículos de comunicação do porte e da credibilidade da Folha de São Paulo também listam o tucano como ficha suja e inelegível para essas eleições.
Em matéria de destaque, o jornal paulista, um dos de maior circulação no país, lista Cássio entre os políticos do país, atingidos pela Lei Ficha Limpa, que, impedidos pela legislação preparam herdeiros para tocar o projeto político que lhes deu a dimensão que ostentam hoje em dia.
Para o Jornal paulista, Cássio não pode disputar a eleição, caso a legislação eleitoral que entrou em vigor agora em 2014 seja mantida na sua essência. Duplamente cassado em decisões que não cabem mais recursos, Cássio estaria enquadrado na Lei Complementar 135 de 2010, apesar de poder tentar concorrer ao pleito mesmo correndo o risco de ter o registro de sua candidatura indeferido ao final.
De acordo com a edição desta segunda-feira do jornal Folha de São Paulo, algumas lideranças políticas estão lançando familiares à disputa eleitoral de 2014 em função da inelegibilidade.
É citado o caso de Pedro Cunha Lima, 25, filho do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que tentará vaga na Câmara dos Deputados. "Sempre cultivei o sonho de me tornar professor, mas percebi que posso contribuir com a Paraíba", disse Pedro.
Conforme o jornal, Cássio foi cassado quando era governador da Paraíba e está inelegível até o próximo ano.
Impedidos de disputar as eleições no próximo ano, políticos enquadrados na Lei da Ficha Limpa têm um plano B: muitos deles tentarão eleger parentes e afilhados ao Legislativo em 2014.
Até quem diz que estará na disputa –todos ainda poderão brigar na Justiça para participar do pleito– já prepara algum herdeiro para o caso de ter a candidatura barrada. Em geral, os sucessores são jovens e disputarão a primeira eleição. Formado em direito, Pedro Cunha Lima, 25, filho do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), tentará vaga na Câmara dos Deputados. “Sempre cultivei o sonho de me tornar professor, mas percebi que posso contribuir com a Paraíba”, disse Pedro.
Cássio Cunha Lima foi cassado quando era governador da Paraíba e está inelegível até o próximo ano. Eleito senador em 2010, só foi empossado no ano seguinte após o Supremo Tribunal Federal definir que a Lei da Ficha Limpa não teve validade para aquela eleição. A regra que torna os políticos “fichas-sujas” inelegíveis começou a valer nas eleições municipais de 2012 e será aplicada pela primeira vez em 2014 nas disputas para presidente, governadores, deputados e senadores.
Pela lei, não podem se candidatar políticos condenados em decisão final, quando não cabem recursos, ou colegiada -mais de um juiz. Também fica impedido quem teve contas rejeitadas, mandato cassado ou renunciou para escapar de cassação. A legislação não impede que parentes de fichas-sujas participem das eleições. Em 2012, alguns desses políticos que elegeram afilhados acabaram integrando as gestões ou mesmo exercendo os mandatos na prática. Seria um grande avanço se essas pessoas [com ficha suja] fossem proibidas de participar da administração, diz o juiz Márlon Reis, um dos autores da Lei da Ficha Limpa.
Em Rondônia, parentes do deputado Natan Donadon (ex-PMDB) e do senador Ivo Cassol (PP) preparam-se para seguir os padrinhos, que tiveram mandato preservado mesmo após condenados pelo STF, mas estão inelegíveis. Preso há cinco meses, Donadon espera eleger o sobrinho Junior, 36, deputado federal. Donadon foi condenado a mais de 13 anos de prisão por desvio de recursos do Legislativo estadual. Cassol, condenado a mais de quatro anos em regime semiaberto por fraude em licitações, quer ver a filha Karine, 23, na Assembleia de RO.
Condenado no julgamento do mensalão, o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) prepara a volta do filho Fábio Corrêa Neto, 41. Advogado afastado da vida pública desde 2000, quando foi deputado estadual, Fábio poderá disputar para deputado federal.
Também trabalham para eleger sucessores o deputado federal João Pizzolatti (PP-SC) e o estadual José Riva (PSD-MT), ambos condenados por improbidade administrativa, e o ex-senador Expedito Júnior (PSDB-RO), cassado por compra de votos, mas com esperança de reverter a decisão. É lógico que sou candidato, não há nada que possa impedir. Mas estou preparando meu filho para o Congresso, caso haja impedimento para a gente, disse Expedito.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Do blog Hugo Igaracy. Morre em São Paulo Fausto Tomaz de Lima.

Fausto Tomaz de Lima e Alda  Maria Antonio
Faleceu na noite desta segunda-feira (26) na cidade de São Paulo, um dos filhos mais ilustre de Igaracy. 
Fausto Tomaz ao lado de Oreste Quercia
Trata-se de Fausto Tomaz de Lima que tinha 96 anos, um dos primeiros homens aqui do Vale do Piancó a ir buscar melhorias de vida na capital bandeirantes.

Fausto Tomaz como é conhecido por São Paulo, foi Vereador e chegou a ser eleito deputado pelo estado de São Paulo, onde foi um dos deputados cassados pela Ditadura Militar na década de 70.
Fausto Tomaz junto o Prefeito Gilberto Kassab
O enterro aconteceu nesta terça-feira (27) em São Miguel Paulista. O blog se solidariza com a família deste homem que fez e deixou história no Brasil.

domingo, 25 de maio de 2014

OAB-PB convoca advogados para participarem de sessão do TJ que julgará mudança no horário do Judiciário

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraíba (OAB-PB),Odon Bezerra, convoca todos os advogados paraibanos a participarem, na próxima quarta-feira (28), a partir das 14h00, da sessão administrativa do pleno do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) e tentar sensibilizar os membros da corte a não aprovarem resolução que altera o horário de expediente nos fóruns de João Pessoa, Santa Rita, Cabedelo e Campina Grande.  A intenção do TJPB é adotar o regime corrido único das 07h00 às 14h00, como desejam funcionários e setores do Tribunal. “O Conselho Seccional já se posicionou contra, inclusive oficiamos o TJ, mostrando as várias dificuldades com o atual horário, mas que, havendo modificação, amargaremos mais prejuízos. Desta forma, convoco toda classe para se fazer presente, na sessão administrativa do pleno e com isso tentar sensibilizar seus componentes a não aprovar a medida”, disse Odon.  Lembrou que a OAB-PB já acionou o Conselho Federal da OAB para vetar qualquer tentativa de alteração no horário. O posicionamento da diretoria ratifica a decisão do Conselho Estadual da instituição, que deliberou, à unanimidade, na sessão do último dia 31/3, “que combaterá veementemente qualquer modificação no já exíguo regime atualmente empreendido”, e em especial por que conforme decisão liminar na ADIn 4.598, concedida pelo ministro Luiz Fux, os Tribunais estão, até ulterior deliberação, impedidos de modificarem seus horários. “Portanto, em decorrência não só do prejuízo que causará à categoria e aos jurisdicionados, mas em face da necessária e intransigente defesa da legalidade e do cumprimento às decisões judiciais, tendo em vista a liminar concedida na Ação movida pela Associação dos Magistrados do Brasil, na qual o Conselho Federal da OAB também é parte, a Ordem é contra a mudança”, ressalta o presidente da OAB-PB.  Odon enfatiza também que a liminar do ministro Fux determina que “os tribunais brasileiros devem manter, até decisão definitiva do STF, o horário de atendimento ao público que já está sendo adotado nos seus respectivos âmbitos, sob pena de eventual prejuízo aos usuários do serviço público da Justiça, em particular para a classe dos advogados”.  Além do impedimento legal, devido a ADIn no STF, Odon Bezerra elenca outros problemas para mudança, a exemplo da dificuldade de estabelecer rotina para funcionários, advogados, jurisdicionados, juízes e promotores, já que muitos tem filhos e não terão como deixá-los nas escolas no período da manhã; do fato deem João Pessoa e Campina Grande existir juízes que substituem em comarcas circunvizinhas, viabilizando audiências pela manhã e voltando a tarde para as comarcas de origem; e da coincidência de horário com a Justiça do Trabalho, que já funciona pela manhã e os advogados não terão como atuar nas duas Justiças ao mesmo tempo.
 “Tem também a dificuldade do horário das 12 às 14 horas, onde as pessoas naturalmente sentem a necessidade fisiológica de fazerem suas refeições. Fatalmente irão parar pelo menos uma hora neste intervalo de tempo. Então, por estes vários motivos há como o horário das 07hàs 14 horas dar certo”, acrescentou.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Do blog do Tião Lucena. O feitiço virou contra o feiticeiro

Os deputados que fazem oposição ao Governo da Paraíba poderiam ter se livrado do vexame que deram hoje na OAB, mas queriam a todo custo montar um circo para chafurdar as contas de 2011 do governador Ricardo Coutinho e o feitiço terminou virando contra o feiticeiro. Em vez de plateia para ouvir e aplaudir a erudição deles, o que se viu foi uma multidão invadir os espaços e partir para as vaias em cima dos parlamentares. Teve gente exaltada que quase se abufela com o deputado Raniery Paulino, um dos mais ardorosos defensores da reprovação das contas do governador. Esse vídeo, disponibilizado no Youtube, mostra como foi a zorra total de hoje e como o deputado Raniery, pálido e medroso, é retirado do local por seguranças da Assembleia Legislativa.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

HISTÓRIA & ESTÓRIAS - O SÓSIA DO PISTOLEIRO LUQUINHA - Por LACY CARVALHO

O conterrâneo “Dadá de João Olímpio” media 1,50 m de altura, pesava 50 kg, tinha o corpo muito franzino, mas um narigão que dava pra duas pessoas do tamanho dele. Dadá era metido a valente. Procurava briga com todo mundo. Mas nunca lesionou ninguém. Só levava muita peia. Filho caçula da família.  Ficou órfão no dia que nasceu. Na hora que Belinha Parteira conseguiu sacá-lo, pediu a Seu João Olímpio para acender a vela (Nos trabalhos de parto lá no bairro do Rosário, por precaução, a vela e a caixa de fósforos já ficavam apostos). A finada Francisca não chegou nem a ouvir o choro do bebê porque morreu segundos antes daquelas tradicionais tapinhas na bunda. A família morava distante da cidade uns 3 km. Todo fim de semana Dadá selava o cavalo e vinha pra rua só beber cachaça. Na festa de Senhor do Bonfim de Icó, no dia 1º de janeiro de 1968, um paraibano da cidade de Aguiar - Vale do Piancó - ficou estarrecido com a semelhança física entre "Dadá de João Olímpio" e o famoso pistoleiro "Luquinha da Paraíba". Luquinha era muito temido na nossa região porque muitos crimes de pistolagens, acontecidos no Vale do Jaguaribe, eram atribuídos a ele. As proezas de Luquinha da Paraíba chegaram a ser publicadas em cordéis. O nome dele era muito badalado. Os mais idosos diziam que Luquinha tinha o corpo fechado. Bala e peixeira não penetravam nas veias sanguíneas dele; Comentava-se que Luquinha quando recebia a foto de uma futura vítima, dizia ao contratante do serviço: “Eu já estou com ódio desse sujeito”. A mãe de Luquinha era feiticeira e tinha poderes sobrenaturais. Ela benzia os revólveres, as balas e ficava rezando no exato momento em que ele estava efetuando os disparos (Vale lembrar que nesse tempo não existia telefone celular moderno como os que Fernandinho Beiramar utiliza hoje em dia); Ela falava para os quatro cantos do mundo ouvir: “Enquanto eu viver polícia nenhuma prenderá Luquinha...” As histórias sobre Luquinha eram impressionantes. Quando Manoel Guabiraba ficava contando, gesticulando, mostrando a gente as posições que Luquinha atirava, montado no cavalo, com um revólver em cada mão, todo mundo ouvia atento, de boca aberta. Eram dois disparos simultâneos. E às vezes um tiro na vítima que estava na frente e outro no segurança que estava por atrás. E o principal: Depois do serviço feito Luquinha se “invultava”. Desaparecia misteriosamente do local do crime transformado em pequenos animais domésticos. Todos esses sincretismos giravam em torno do nome desse marginal. Quando a polícia tinha informações de que Luquinha tinha fugido para o lado do Norte, todas as diligências policiais seguiam no rumo da região Sul. Eu, ainda adolescente, ouvi e aprendi tantas histórias de Luquinha que ele se tornou um dos meus ídolos.  Eu tinha a maior curiosidade de conhecê-lo pessoalmente.  A primeira vez que eu fui fazer seresta na Cidade de Aguiar, em 1989, saí nas ruas perguntando ao povo sobre Luquinha. Fui informado de que ele morava num Sítio distante 3 km da sede do Município. Só desisti de conhecê-lo porque me falaram que ele estava débil mental, e que era muito perigoso, porque embora idoso (quase aos 70 anos, na época) ele ainda era violento e permanecia com aquela idéia fixa de matador. Tinha sentido essa preocupação das pessoas da cidade. Alguns anos mais tarde ele morreu esfaqueado por um cidadão que agiu em legítima defesa. Mistérios e sincretismos à parte, o que é verdade é que Luquinha viveu mais de 80 anos, praticou mais de 100 assassinatos e jamais passou um dia na prisão.Pois bem, meus amigos, o aguiaense viu Dadá apeando do cavalo em frente a barraca de Francinete Laurentino, próxima a Igreja, chegou perto dele assustado e perguntou: “Luquinha, que diabo tu veio fazer no Icó, Luquinha? Tu tá ficando doido? Aqui é boca quente, homem.  Se tu veio fazer algum serviço aqui arregale bem os olhos, se não tu vai se lascar”. Dadá estava meio embriagado. Surpreso, ele estranhou aquela preocupação do cidadão. Mas dialogando descobriu que estava na verdade sendo confundido com o pistoleiro Luquinha da Paraíba. 20 dias se passaram.  E na festa de São Sebastião do Distrito de Lima Campos, depois de encher a pança de cervejas e desfrutar das comidas da peixada de “Zé da Barragem”, acompanhado por uma moça que ele tinha trazido da Rua da Palha, na hora de pagar a conta, sem uma prata no bolso, Dadá perguntou a Zé se ele já tinha ouvido falar em Luquinha da Paraíba. Zé respondeu: “Já ouvi sim, Senhor.” Dadá deu meia volta, colocou o pé no estribo do cavalo, montou, ordenou que a quenga pulasse na garupa, e disse: “Pois muito prazer. Você está falando com Luquinha da Paraíba em carne e osso”. O coitado de Zé da Barragem tinha ingerido uma xícara de chá de quebra-pedra (Remédio caseiro para doenças dos rins), quando ouviu essa prosa deu uma mijada que fez biqueira nas pernas da bermuda. Perdeu a fala por alguns minutos. E quando entrou em órbita disse: “Seu Luquinha a casa aqui é sua. Faça o que quiser.” Deu tudo certo. Dadá sentiu firmeza e foi fazendo o mesmo nos outros bares e peixadas do lugarejo. Por algumas horas ele causou terror. A curiosidade do povo era para descobrir quem seria o candidato a defunto (Comentava-se que Luquinha não perdia viagem. Algumas vítimas ele conduzia na garupa do cavalo para prestar contas com o mandante). A tradicional festa de São Sebastião poderia se acabar a qualquer momento, com intenso tiroteio. A felicidade foi que Anselmo Camelô, de Icozinho, estava vendendo a banha do peixe boi na calçada da Igreja e ficou intrigado ao perceber que os seus fregueses estavam fugindo assustados. Observou aquela movimentação. Viu quando umas velhinhas se benzeram ao cruzar com Dadá montado naquele cavalo. Anselmo entrou em cena, descobriu a farsa, e anunciou: “Que conversa de Luquinha da Paraíba. Esse cu de cana é Dadá de João Olímpio, lá do Sitio Carro-Quebrado, de Icó.” Meus amigos, os comerciantes se organizaram, derrubaram Dadá, tomaram o cavalo, deram uma surra nele daquelas que se dá em gente grande.  Naquela dimensão que deixa o caboclo mais moído do que Judas na semana santa. O miserável só escapou porque quando Zé da Barragem lhe acertou uma paulada no lombo ele caiu emborcado no buraco do esgoto, e se fingiu de morto. Foi a estréia e também a última vez que Dadá se impostou de “Luquinha da Paraíba”. Nota de Saudade: Meu amigo, meu conterrâneo, meu ex-colega de trabalho na oficina do saudoso mestre Assis fèlix, grande contador de piadas e de causos "Manoel Guabiraba” me informou que “Dadá de João Olímpio” faleceu recentemente. Só agora fiquei sabendo. Que Deus o tenha num bom lugar.
Extraído do Livro, Histórias, Estórias, Crônicas e "causos". De João Dino.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Morre aos 75 anos o cantor Jair Rodrigues

 O cantor Jair Rodrigues morreu nesta quinta-feira (8), aos 75 anos, em sua casa em Cotia, na Grande São Paulo. Exame preliminar do IML (Instituto Médico Legal) apontou que a causa da morte foi um infarto do miocárdio. O assessor de imprensa do artista, Giuliano Spadari, afirmou ao UOL que Jair foi encontrado por funcionários da família, por volta das 10h, na sauna de sua casa. O velório do corpo do cantor --conhecido por sucessos como "Deixa Isso Pra Lá" e por suas parcerias com Elis Regina-- será realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo, com início previsto para as 19h. O enterro está marcado para as 11h de sexta-feira no cemitério do Morumbi.
Ainda de acordo com sua assessoria, Jair Rodrigues não apresentava problemas de saúde e cumpria normalmente a agenda de shows. Uma de suas últimas apresentações foi no dia 5 de abril no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, com ingressos esgotados. Indiretamente, o músico também estava "em cartaz" em São Paulo, interpretado pelo ator Ícaro Silva, em "Elis, A Musical". O elenco prepara uma homenagem a ele na apresentação desta noite. 
Jair Rodrigues deixa a mulher Clodine, dois filhos (os também cantores Luciana Mello e Jairzinho) e quatro netos, que estão reunidos na casa do artista. Parentes e amigos, entre eles o cantor Simoninha, filho de Wilson Simonal, também chegaram para confortar a família. Em mensagem em sua página no Facebook, Luciana Mello descreveu a morte como um "momento difícil e sofrido" e agradeceu o carinho recebido. A notícia da morte do cantor repercutiu imediatamente nas redes sociais entre os colegas do samba, do rap e até da música sertaneja, à qual Rodrigues também se associou ao cantar "Disparada", na TV nos anos 60. "Foram muitos anos que a gente se relacionou em eventos. Ele irradiava alegria", comentou Chitãozinho à TV Globo nesta manhã.  
Jair, filho da bossa e pai do rap.
Jair Rodrigues de Oliveira nasceu no dia 6 de fevereiro de 1939 em Igarapava, interior de São Paulo. Ele iniciou a carreira musical nos anos de 1950 e, na década seguinte, atingiu o sucesso em programas de calouros na televisão. Em 1964 gravou seu disco de estreia, "Vou de Samba com Você, que já apresentava um de seus maiores sucessos, "Deixa Isso Pra Lá", considerado como uma das músicas precursoras do rap, que só viria a nascer duas décadas depois. O álbum traz também "Brasil Sensacional" e "Marechal da Vitória", canções que embalaram a vitória da seleção brasileira de futebol na Copa do Chile.  Ao lado de Elis Regina, Jair Rodrigues se tornou um dos grandes nomes do samba ao participar do notório "O Fino da Bossa", programa da TV Record que foi ao ar entre 1965 e 1967.
Com jeito brincalhão de malandro e voz potente, Jair ficou nacionalmente conhecido através dos duetos com a "Pimentinha". O trabalho rendeu três discos: "Dois na Bossa" nos volumes 1, 2 e 3, gravados ao vivo. Na época, foi um dos primeiros registros a atingir mais de 1 milhão de cópias.  A interpretação de Jair ganhou dimensão que ressoa até hoje principalmente com a canção "Disparada", de Geraldo Vandré e Théo de Barros. A canção sertaneja foi sensação no Festival da Música em 1966, principalmente pelo fato de Jair ter ficado conhecido como um artista do samba. "Disparada" acabou empatada com "A Banda", de Chico BuarqueJair realizou turnês pela Europa, Estados Unidos e Japão. Em 1971, gravou o samba-enredo "Festa para um Rei Negro", da Acadêmicos do Salgueiro.  Carismático, Jair Rodrigues revisitou o disco "Dois na Bossa" no palco dedicado a Elis Regina na Virada Cultural de 2012, em São Paulo. Na ocasião, ele afirmou que Elis havia sido um "grande amor". Ele voltaria a relembrar da época ao assistir o espetáculo "Elis, a Musical", quando aplaudiu de pé e foi homenageado pelo público.  Em julho do ano passado, Rodrigues se viu envolvido em uma polêmica após aparecer em Brasília ao lado de artistas que se declaravam contrários à aprovação de um projeto de lei que criou regras mais rígidas para o funcionamento do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Posteriormente, o cantor negou ao UOL que estivesse do lado do Ecad: "Eu não represento o Ecad e o Ecad não me representa", disse. O último trabalho, o disco duplo "Samba Mesmo", é uma homenagem do cantor ao samba e à seresta, e foi lançado em fevereiro.