O canhão "Cristão", apreendido durante a guerra do Paraguaio, exposto no Museu Histórico Nacional no Rio. O presidente paraguaio, Federico Franco, voltou a pedir nesta
sexta-feira que o Brasil devolva os troféus da Guerra do Paraguai
(1864-70), travada entre o país e a Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e
Uruguai). O pedido foi feito durante um evento para marcar o 143º
aniversário do confronto. "Venho hoje ao altar da pátria para reivindicar e exigir a devolução do
canhão cristão e do arquivo secreto da Tríplice Aliança que estão na
República do Brasil", disse Franco, em discurso. "O canhão Cristão é
propriedade do Paraguai. Os arquivos militares que estão no Rio de
Janeiro também são propriedade do Estado paraguaio." Franco disse que pedia "com respeito, mas com firmeza" à colega Dilma
Rousseff "que restitua os troféus da guerra para que, de alguma maneira,
traga paz à sociedade por aquele holocausto que significou a Tríplice
Aliança para o país". Paraguai celebra no dia 1º de março de cada ano o Dia dos
Heróis, como
lembrança pela morte em 1870 do marechal Francisco Solano López, em
Cerro Corá, pelas mãos das tropas brasileiras. A ocupação de Assunção se
manteve até 1876. A eliminação do condutor paraguaio do conflito
colocou fim à guerra que
devastou o país e reduziu em 10% a sua população masculina. Brasil,
Argentina e Uruguai retiraram seus embaixadores de Assunção há
oito meses, depois de classificarem de golpe a destituição do
esquerdista Fernando Lugo e a substituição dele por Franco, que detinha o
cargo de vice-presidente. O Congresso destituiu Lugo via julgamento
político "por mau desempenho das funções".
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