sábado, 1 de janeiro de 2011

Sakineh é liberada temporariamente e filho pede clemência.

                                                                                       
Uma mulher iraniana condenada à morte por apedrejamento foi autorizada a deixar a prisão para jantar com a filha e o filho neste sábado. Horas antes, o filho apelou ao Judiciário para que poupasse a vida da mãe. A sentença de apedrejamento a Sakineh Mohammadi Ashtiani foi suspensa após pressão internacional, mas ela ainda pode ser executada por enforcamento.  Seu filho, Sajjad Ghaderzadehm, que também está envolvido em um processo judicial após ter falado com dois repórteres alemães, disse que Sakineh violou a lei islâmica mas pediu compaixão e perdão.  Sakineh Mohammadi Ashtiani ao lado do filho, Sajjad Qaderzadeh, durante entrevista coletiva "Na minha opinião, minha mãe também é culpada, mas como perdemos nosso pai, não queremos perder nossa mãe também. Portanto, pedimos a comutação da pena", disse a jornalistas na cidade de Tabriz, no noroeste do Irã. Horas depois, Sakineh --que é acusada de adultério e de cumplicidade no assassinato de seu marido-- recebeu permissão para deixar a prisão. Ela jantou com os filhos no mesmo lugar onde foi realizada a entrevista coletiva.  Não estava claro sobre quando Sakineh retornará a prisão, e os repórteres não foram autorizados a falar com ela.
ENTENDA O CASO:
Em 2006, Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43, foi condenada duas vezes à pena de morte por dois tribunais diferentes de Tabriz (noroeste do país) em dois processos distintos, acusada de participação no homicídio do marido e de ter cometido adultério, em particular com o suposto assassino do marido.  O grupo de direitos humanos Anistia Internacional (AI) disse que Sakineh foi considerada culpada de "adultério quando estava casada", o que teria negado, e foi sentenciada à morte por apedrejamento.  A AI listou o Irã como o segundo país do mundo com mais execuções em 2008, depois da China, e disse que Teerã matou ao menos 346 pessoas em 2008. As autoridades iranianas rejeitam as alegações de abusos de direitos humanos, dizendo que apenas seguem a lei islâmica. Um ano depois, a pena de morte por enforcamento pela participação no homicídio do marido foi comutada por dez anos de prisão por uma corte de apelações, mas a execução por apedrejamento foi confirmada por outro tribunal de apelações no mesmo ano. Todas as informações foram divulgadas por autoridades iranianas e advogados ligados ao caso. Os papéis do caso não foram divulgados à imprensa.  Em julho deste ano, sob forte pressão internacional, Teerã anunciou que a condenação à pena capital havia sido suspensa e que o caso estava sendo reexaminado. Desde então, o caso volta à imprensa ocasionalmente com declarações  de oficiais iranianos.

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