SÉRGIO RANGEL
DO RIO.
Ela tem fala mansa, evita bater boca com adversários e fez carreira no esporte bem longe dos campos de futebol. Única mulher a comandar atualmente um clube de ponta no país, a carioca Patrícia Amorim apostou na discrição para driblar os velhos dirigentes boleiros e fazer uma das maiores contratações do Brasil nos últimos anos. * Em apresentação, Ronaldinho é usado pelo Flamengo para esconder símbolo da CBF. * Um dia após Ronaldinho, Thiago Neves chega ao Fla e já pede desculpas à torcida. Ronaldinho sorri ao lado da Patrícia Amorim durante a entrevista coletiva. Ao anunciar na madrugada de terça-feira o final da novela Ronaldinho, a ex-nadadora de 41 anos se comprometeu a gastar mais de R$ 50 milhões com o jogador nos próximos quatro anos. Recordista sul-americana por 29 vezes em provas de várias distâncias nos anos 80, Patrícia diz usar sua feminilidade nas conversas. "A mulher tem seu charme, e sei tirar vantagem disso na negociação", disse a dirigente. "As pessoas nos subestimam, mas consegui trazer o Ronaldinho para cá. Meu coração está em festa", afirmou Patrícia, que teve a mão beijada por torcedores ao deixar a portaria do hotel após o anúncio da contratação. Para conseguir convencer o meia gaúcho a deixar de lado o Grêmio, a dirigente disse que a negociação foi marcada pela tensão dos homens nas reuniões, mas que conseguiu impor suas vontades. "O clima entre os homens era muito nervoso. Não trabalho assim. Não sou de dar soco na mesa. Gosto de motivar. Sou uma máquina de trabalhar", declarou a cartola. "Incentivei a minha equipe o tempo inteiro, e as coisas aconteceram da melhor forma", disse a flamenguista, que, embora evite entrar em polêmicas dentro do clube, já coleciona desafetos, como Zico, principal ídolo da história do Flamengo. "Em cada modalidade, temos um grande ídolo. Faltava o futebol, que é nosso carro-chefe", disse Patrícia, que gosta de misturar futebol e política. Ela é vereadora no Rio por três mandatos.
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