sexta-feira, 24 de maio de 2013

Pleno do TJPB afasta juiz de suas funções judicantes até o julgamento final de processos administrativos disciplinar

O Pleno do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) afastou, por unanimidade, o juiz José Edvaldo Albuquerque de Lima de suas funções judicantes no 2º Juizado Especial Misto Distrital de Mangabeira, na comarca da Capital. O afastamento ocorreu, nesta sexta-feira (24), após o colegiado receber cinco procedimentos administrativos interposto pela Corregedoria-Geral de Justiça contra supostas fraudes praticadas pelo magistrado em processos judiciais.  Antes do desembargador-corregedor Márcio Murilo da Cunha Ramos, relator dos procedimentos administrativos, discorrer sobre o relatório e voto, o advogado de defesa, Augusto Sérgio Santiago de Brito Pereira, apresentou questão de ordem.  O bacharel solicitou a suspensão do julgamento desta sexta-feira e de todos os procedimentos administrativos que tramitam na Corregedoria, inclusive, os processos de investigações preliminares (sindicância), sob a alegação de que o magistrado encontra-se de licença médica de 120 dias. Segundo o advogado, só depois desse período, para tratamento de saúde, é que o juiz José Edvaldo teria condições de acompanhar o julgamento dos processos e exercer sua defesa. Porém, o corregedor Márcio Murilo votou pelo indeferimento da questão de ordem, por entender que o magistrado já teve o direito à ampla defesa e ao contraditório, na fase de instauração dos procedimentos administrativos. Os demais membros do Pleno do TJPB acompanharam o entendimento do relator. A sessão extraordinária foi presidida pelo desembargador Romero Marcelo da Fonseca Oliveira, vice-presidente do Tribunal de Justiça.

sábado, 18 de maio de 2013

Presidente Mujica do Uruguai rejeita título de “presidente mais pobre do mundo”

Para chefe de Estado uruguaio, "pobre é quem precisa muito para viver"
O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou em entrevista concedida nesta sexta-feira (17/05) à rede estatal chinesa Xinhua que não concorda com o título que lhe foi atribuído pela imprensa internacional de “presidente mais pobre do mundo”, em razão de seu estilo de vida simples. Segundo ele, esse título é incorreto porque “pobres são aqueles que precisam de muito para viver”. Segundo ele, sua vida austera tem como objetivo “manter-se livre”. “Eu não sou pobre. Pobre são aqueles que precisam de muito para viver, esses são os verdadeiros pobres, eu tenho o suficiente”, afirmou. "Sou austero, sóbrio, carrego poucas coisas comigo, porque para viver não preciso muito mais do que tenho. Luto pela liberdade e liberdade é ter tempo para fazer o que se gosta”, disse o presidente. Ele considera que o indivíduo não é livre quando trabalha, porque está submetido à lei da necessidade. "Deve-se trabalhar muito, mas não me venham com essa história de que a vida é só isso". Presidente uruguaio recebe jornalistas em sua propriedade rural nos arredores de Montevidéu.
Assim como já fez com outros correspondentes internacionais, Mujica recebeu a equipe de reportagem chinesa em sua modesta propriedade rural em Rincón del Cierro, nos arredores de Montevidéu, ao lado dos cães e galinhas que cria e alimenta todos os dias.
Aos 77 anos, Mujica doa 90 % de seu salário de 260.000 pesos uruguaios (quase 28 mil reais) a instituições de caridade. Não possui cartão de crédito nem conta bancária. Sua lista de bens em 2012 inclui um terreno de sua propriedade e dois com os quais conta com 50% de participação, todos na mesma área rural – diz ter alma de camponês, e se orgulha de sua plantação de acelgas, e já pensa em voltar a cultivar flores. Possui dois velhos automóveis dos anos 1980 (entre eles um Fusca com o qual vai ao trabalho) e três tratores.   
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Segundo o presidente uruguaio, essa opção de vida foi gestada durante os anos em que viveu preso sob duras condições (1972-1985) em razão de sua atividade como guerrilheiro como membro do MLN-T (Movimento de Libertação Nacional - Tupamaru), movimento que lutou contra a ditadura militar.
"Por que cheguei a esse ponto? Porque vivi muitos anos em que, quando recebia um colchão à noite para dormir já me dava por contente. Foi quando passei a valorizar as coisas de maneira diferente”, disse ele sobre seus tempos de cárcere, quando disse ter passado a conversar com rãs e formigas para “não enlouquecer”.
Ele afirmou duvidar que a próxima eleição presidencial, marcada para 2014, vá atrapalhar sua gestão, e se diz animado com um projeto pessoal para quando deixar o Executivo, em março de 2015: "Quando terminar esse trampo (changa em espanhol, referindo-se à Presidência) que tenho agora, vou me dedicar a fazer uma escola de trabalhos rurais nesta região”.
"O governo funcionará até o último dia, mas já adianto que após as eleições os governos uruguaios costumam tomar medidas de impacto”, quando espera avançar medidas de infraestrutura sobre portos em águas profundas e a renovação da rede ferroviária, além da lei de regulação da mídia.
Quando perguntado se após deixar o governo ele tentará acumular fortuna, ele disse: “Depois terei de gastar tempo para cuidar do dinheiro e muito mais tempo da minha vida para ver se estou perdendo ou ganhando. Não, isso não é vida”, enfatizou.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Israel completa 65 anos sob os dilemas de uma sociedade murada

O país, apesar de vigoroso e sólido, vive complexas e profundas contradições desde sua fundação, em 14 de maio de 1948.
Clique no banner para ler a série completa em português e espanhol. O aeroporto Ben-Gurion, principal porta de entrada para Israel, fica encravado no meio do caminho entre Jerusalém e Tel Aviv. Uma auto-estrada ampla, de quatro pistas, asfaltada com requinte, conduz os recém-chegados para qualquer um dos lados. A leste, para quem se destina ao centro religioso do planeta. A oeste, para uma cidade mediterrânea e cosmopolita.   Cena cotidiana à beira do mar em Tel Aviv. Economia da cidade israelense cresceu, na última década, a um ritmo médio de 3,4%/ano.  Quase dez anos após a onda de ataques executados por homens-bombas, o ambiente da principal cidade judaica do mundo pouco faz lembrar um dos mais longos e tensos conflitos do pós-guerra. Ou de que se está em um Estado confessional, no qual a religião desempenha função primordial de identidade e regulação da vida privada. Leia também: Sionismo, apesar das divisões, permanece como doutrina oficial Judeus e palestinos confrontam narrativas sobre independência. Novos edifícios, vários de alto luxo, nascem como espigões no chão de Tel Aviv, a maioria destinada a estrangeiros, especialmente judeus ricos, que buscam um rincão da terra prometida, mas de frente para o mar. Bulevares arborizados recortam movimentadas avenidas e servem de passarela para observar o quase onipresente acervo arquitetônico de estilo Bauhaus. O branco toma conta da paisagem. Restaurantes elegantes e bem decorados parecem sempre cheios.  Moças de vestido curto e shorts, rapazes de calças jeans ou bermudas, aproveitando o tempo quente e seco da primavera, inundam as ruas centrais. Raramente se encontra um rabino ou sequer alguém usando quipá. Salpicam alguns recantos históricos, como os mercados a céu aberto ou a cidade árabe de Jaffo, incorporada como distrito depois de 1948. Mas Tel Aviv, com região metropolitana superior a três milhões de habitantes, exala um hálito de modernidade. Jovem soldado israelense em Tel Aviv, cidade mais cosmopolita do país, caracterizada por seus arranha-céus e amplos bulevares. O município é a locomotiva de uma economia que cresceu, na última década, a um ritmo médio de 3,4% ao ano, apesar da crise internacional que abalou os Estados Unidos e a Europa a partir de 2008. Israel passou a receber crescentes investimentos diretos em suas plantas industriais.  As principais empresas dessa escalada produtiva são companhias de alta tecnologia, concentradas em informática, equipamentos militares e produtos farmacêuticos. As chamadas hi-tech respondem por quase 50% das exportações do país. Instaladas majoritariamente no cinturão periférico de Tel Aviv, viraram a meca das pessoas que se formam nas universidades e sonham em fazer seu pé-de-meia. Leia mais: 
China tenta aumentar protagonismo no Oriente Médio ao receber Abbas e Nethanyahu. 
Stephen Hawking boicota Conferência Acadêmica israelense. 
Netanyahu se reuniará com Putin para discutir fornecimento de armas à Síria.
Ao atrativo da pujança econômica, somou-se o reforço das condições de segurança, depois que os territórios palestinos ocupados foram fisicamente isolados. As contas externas também são beneficiadas por recursos destinados a Autoridade Palestina passarem obrigatoriamente pelo Banco Central israelense, onde dólares e euros são convertidos em schekels. As reservas cresceram aceleradamente, valorizando a moeda nacional e criando oportunidades para empresários locais expandirem suas atividades no exterior. Custo social: Esse dinamismo, contudo, teve pesado custo social. Além das despesas com as forças armadas representarem cerca de 30% do orçamento nacional, esse item também sobrecarrega as importações, provocando saldos negativos na balança comercial. Mesmo com os EUA arcando, a fundo perdido, com 20% dos gastos em segurança (aproximadamente 3,5 bilhões de dólares anuais), Israel só sai do vermelho atraindo novos capitais.
Atualmente 23,9% dos israelenses vivem com menos de 27 dólares diários, apesar da taxa de desemprego estar em 6,3%. Enormes subsídios e isenções fiscais são concedidos, com esse propósito, para o mundo dos negócios. A contrapartida, para combater o déficit interno, é uma forte redução das verbas alocadas em programas sociais e serviços públicos, agravada pela desregulamentação de direitos trabalhistas. A economia cresce, mas a riqueza se concentra e a pobreza se expande. O número de pessoas cuja renda é inferior a 40% do salário médio subiu, desde 2003, de 7,8 para 12,1%. Abaixo de 50%, de 15 para 19,8%. Se o corte for de 60%, de 23,3 para 26,8%. Os dados são da OCDE (Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento). Há 15 anos, 16% dos israelenses viviam abaixo da linha da pobreza, segundo relatório do Instituto Nacional de Seguros, órgão governamental. Atualmente 23,9% dos cidadãos vivem com menos de 27 dólares diários, apesar da taxa de desemprego estar em 6,3%. A onda de protestos que varreu Tel Aviv e outras cidades, em 2011, foi uma resposta a essa situação. Mais de 500 mil pessoas participaram de protestos, cuja reivindicação principal era a redução dos aluguéis e do preço das moradias. A renda média dos israelenses dificilmente suporta o custo habitacional, em um mercado imobiliário que se voltou para  o topo da pirâmide. Cerca étnica: O muro social vai ficando cada vez mais alto, mas ainda não compete com a cerca étnica. Os árabes-israelenses representam cerca de 22% da população nacional, de 7,5 milhões. O salário médio entre esse grupo, de 1,5 mil dólares mensais, é 32% inferior ao de trabalhadores judeus. Mais de 53% das famílias palestinas vivem na pobreza, entre as quais o desemprego passa dos 10%. Das 40 cidades israelenses com maior quantidade de moradores sem trabalho, 36 são de maioria árabe.  Nos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental as cifras são ainda mais severas, ainda que as estatísticas sejam inexatas ou contraditórias. O problema se agrava, contudo, porque essas populações não possuem sequer direitos civis e eleitorais. Essas áreas foram isoladas por um sistema de muralhas e alambrados, sob a justificativa de deter a onda de atentados em solo israelense.
Muro da Cisjordânia, ou "muro do apartheid" para os palestinos, construído pelo Estado de Israel por questões de segurança.  Aparentemente esse objetivo foi alcançado, apesar do lançamento de mísseis provenientes da Faixa de Gaza continuar desafiando a segurança do país. Mas o custo econômico e social para os palestinos é estrondoso. Não podem mais buscar empregos nas fronteiras oficiais do Estado sionista. Sua mobilidade está fortemente limitada. As perdas de propriedades e plantios são expressivas. Esse cenário estabeleceu uma parede entre Israel e a comunidade internacional. As Nações Unidas consideram ilegais tanto a ocupação destes territórios quanto o sistema de segregação espacial. Resoluções recentes também condenam o processo de colonização judaica dessas áreas, que deveriam pertencer ao Estado palestino. Assentamentos na Cisjordânia são oficialmente estimulados, recebem subsídios e têm sua guarda garantida pelo exército, além de serem encapsulados pelo muro da separação. Alguns intelectuais e líderes sionistas mais à esquerda passaram a declarar, nos últimos anos, que Israel estava perigosamente caminhando para um modelo inspirado pelo apartheid sul-africano, por conta da estratégia que conduz em relação à questão palestina. As correntes mais à direita, atualmente no governo, rejeitam a comparação e afirmam que as medidas respondem apenas às necessidades de combate ao terror.  Os críticos desse ponto de vista afirmam que a solução para a paz não está no erguimento de muros, mas na negociação de um acordo permanente para a existência de um Estado palestino viável e autônomo. A maioria das lideranças relevantes, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, discursa a favor dessa saída. Mas há muitas dúvidas se alguns dos protagonistas não estão apostando em fazer, do transitório, uma eternidade.  O fato é que Israel chega aos 65 anos de sua independência, celebrados nesse 14 de maio, como uma nação vigorosa e sólida, mas espetada por contradições. Exibe vitalidade econômica e poderio tecnológico. Vive, contudo, os conflitos de um sistema que produz desigualdade social, discriminação étnica e tentação colonial.  Para que o leitor possa conhecer um pouco mais desse país e seus dilemas, Opera Mundi inicia hoje a publicação de reportagem especial sobre Israel.

sábado, 11 de maio de 2013

Único tetra legítimo, Paulistano esquece feito perseguido pelo Santos

Cartolas e torcedores dos grandes de São Paulo têm por hábito exaltar cada taça que seus rivais não possuem. Mas o tetracampeonato estadual, mais rara conquista no Campeonato Paulista, é até agora exclusividade de um clube que abandonou o futebol há décadas, quer distância de qualquer aglomeração característica dos estádios e cujos associados dão de ombros ao feito que nem o Santos de Pelé foi capaz de alcançar.  “Eles (sócios) não têm a dimensão da magnitude que foram esses títulos. A imprensa tem procurado muito mais as nossas taças e fotos do que os sócios do clube. Ficou tudo muito esquecido. É uma pena”, afirma a  historiadora Ana Paula Fernandes, 24 anos, responsável pelo museu do Paulistano, campeão paulista de 1916 a 1919.  A exclusividade pode cair este ano, caso o Santos, agora liderado por Neymar, vença o Corinthians na decisão. O primeiro jogo da final está marcado este este domingo, às 16h (horário de Brasília), no Pacaembu. O Paulistano venceu 48 das 62 partidas que disputou naqueles quatro anos, com seis empates e oito derrotas. Um aproveitamento de 82,26% (à época, vitória valia dois pontos). Um time que marcou 211 gols e sofreu 67. Paulistano, o único tetracampeão Paulista da história. Equipe campeã de 1916. Em pé: 1º Orlando Pereira, 2º Cunha Bueno, 3º Manoel Carlos Aranha (Carlito). Agachados: 1º Sérgio Pereira, 2º Rubens de Moraes Salles, 3º Benedito Ferreira (Basilicão). Sentados: 1º Agnello Bastos, 2º Mário Andrada e Silva, 3º Mariano Procópio, 4º Madureira , 5º Maurício Villela. Centro Pró-Memória do Paulistano.  Poderia ser chamado de o time de Arthur Friedenreich – o maior jogador brasileiro do início do século passado – mas era mais do que isso. Mesmo porque o grande jogador somente se incorporou ao esquadrão em 1918, quando foi artilheiro com 25 gols. “O Paulistano foi o grande campeão em uma época em que o futebol se fortalece como o esporte mais popular do país, basta lembrar que há relatos de 40 mil pessoas assistindo aos jogos decisivos em 1919 e que aparecem as primeiras grandes rivalidades com o Trio de Ferro – Paulistano, Palestra Itália, hoje Palmeiras, e Corinthians – e que o futebol paulista é reconhecidamente o mais forte do Brasil”, diz o jornalista Luiz Carlos Duarte, autor do livro “Friedenreich, a saga de um craque nos primeiro tempos do futebol brasileiro”. Em 1916, o vice campeão foi o São Bento. Em 1917, o Palestra Itália. Em 1918, o vice-campeão foi o Corinthians, em uma competição marcada por uma tragédia e a primeira grande polêmica envolvendo grandes times de São Paulo. Houve a epidemia de gripe espanhola que, segundo dados oficiais, matou 2756 pessoas em São Paulo. Por isso, alguns jogos – que não influenciavam na classificação final – foram cancelados. E o Palestra reclamou muito após uma derrota por 3 a 1 para o Paulistano. Seus dirigentes argumentaram que o árbitro não marcou três pênaltis contra o rival e que seus jogadores eram vítimas de ofensas raciais por parte dos adversários, que os chamavam de “carcamanos e italianada”. Abandonaram o campo e o campeonato. Em 1919, o campeonato, emocionante, foi decidido na última rodada. O Palestra dominou a competição desde o início. No primeiro turno, empatou apenas um jogo, contra o Paulistano. No segundo, perdeu para o Ypiranga por 6 a 1, em jogo que seus jogadores ficaram muito abalados com uma contusão grave do jogador Bertolini, que deixou o campo ensangüentado, diretamente para o hospital. Não havia substituição. O Paulistano foi reagindo e aproveitou-se de uma derrota do Palestra para o Corinthians e chegou na penúltima rodada com chances de ser campeão. Venceu o Palestra por 2 a 1, de virada, e assumiu a liderança. Na última rodada, o Paulistano venceu o Corinthians por 4 a 1 com dois gols de Friedenreich, um de Zito e outro de Agnelo.  No Paulistano, Friedenreich teve um grande parceiro: o atacante Mario Andrada, artilheiro do campeonato de 1919, com 22 gols. O jornalista Max Valentim, no livro “O Futebol e Sua Técnica", o definia como um dos grandes dribladores da época, ao lado de Neco, do Corinthians. Mario Andrada nunca foi da seleção brasileira. O Paulistano tinha dois titulares no time de 1919, que conquistou o Campeonato Sul-americano, primeiro título internacional do Brasil: o médio Sérgio Pires e Friedenreich.As escalações do Paulistano são ditas com uma facilidade incrível por Ana Paula Fernandes. Ela mostra fotos e recita nomes como se tivesse vivido as grandes glórias do clube. “Não conheço muito sobre futebol mas me dediquei muito a esse trabalho aqui. Vejo uma foto, comparo com outra de anos depois e vejo se é o mesmo jogador. É preciso ter muito cuidado para fazer as legendas corretamente. Sou são-paulina, não sei a escalação do São Paulo de hoje, mas do Paulistano eu sei muita coisa”, afirma ela sobre o clube que, hoje, é um símbolo da elite da cidade.  EQUIPE CAMPEÃ EM 1916.


Em pé: 1º Orlando Pereira, 2º Cunha Bueno, 3º Manoel Carlos Aranha (Carlito). Agachados: 1º Sérgio Pereira, 2º Rubens de Moraes Salles, 3º Benedito Ferreira (Basilicão). Sentados: 1º Agnello Bastos, 2º Mário Andrada e Silva, 3º Mariano Procópio, 4º Madureira , 5º Maurício Villela.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Justiça condena antigo IPEP a indenizar servidor público em R$ 10 mil por danos morais

A Quarta Câmara Cível do TJPB, por unanimidade, decidiu nesta quinta-feira(9), prover o recurso impetrado por um servidor público do antigo IPEP ( Instituto de Previdência do Estado da Paraíba), hoje IASS (Instituto de Assistência à Saúde do Servidor ) para determinar a devolução de R$ 18.895,71 paga pelo servidor com despesas médicas e R$ 10.000 ( Dez mil reais) por danos moais pela negativa, reiterada, na devolução dos valores, bem como a angústia e perturbação da paz do servidor que vinha passando por tratamento médico por problema sério de saúde. A ação – Apelação Cível ( nº 200.2008.031940-9/001) – foi interposta por um servidor público estadual que precisou se submeter a tratamento cardíaco não disponível no Estado da Paraíba. Na ocasião, foi aconselhado pela presidência do órgão a proceder com o pagamento das despesas médicas e pedir o recibo em nome do IPEP, com posterior garantia de ressarcimento. Após o tratamento, o servidor protocolou o pedido administrativo do reembolso das quantias pagas o que foi rejeitado sob a alegação de indisponibilidade de recurso. Consta nos autos da ação que o processo, após se arrastar por vários anos sem definição, o antigo IPEP além de se recusar a devolver as despesas médicas pagas pelo servidor (após negar ressarcimento por falta de dotação orçamentária), passou a sustentar em juízo que nada devia, visto que os recibos emitidos em nome do órgão provariam quitação do débito, requirido como devolução pelo servidor.  Para o relator da ação, o desembargador João Alves da Silva, “essa tese não se sustenta”, tendo em vista que a autarquia não questionou este fato na via administrativa, o que reforça a tese do servidor de que os recibos emitidos em nome do IPEP, por força de orientação do então superintendente do próprio órgão, inclusive sobre a promessa do órgão arcar com todas as despesas, demonstra claramente que o débito foi pago pelo servidor e não pela autarquia, como quis alegar. O magistrado disse, ainda, que a indenização ao servidor público se faz perfeitamente cabível, pela aflição psicológica e sentimento de insegurança causadas, o que contribuiu, sobremaneira, para o agravamento da dor sofrida pela vítima. “Neste caso, a quantia de R$10.000 ( Dez mil) parece razoável a reparação do dano”, concluiu.

sábado, 4 de maio de 2013

Um em cada 10 assinantes da TV paga faz pirataria de canal premium

Ao menos 10% dos cerca de 17 milhões de assinantes da TV paga no Brasil em todas as modalidades usa um aparelho "decoder" pirata com o objetivo de ter acesso a mais canais do que paga em seu pacote com a operadora. A constatação é da ABTA (Associação Brasileira de TVs por Assinatura). A "pirataria" se faz por meio de equipamentos que são instalados na casa dos assinantes, em conexões legalizadas. Em outras palavras: o assinante paga, por exemplo, o pacote mais básico de qualquer operadora. Em seguida, compra na rua ou na internet um aparelho "decoder" que consegue romper a proteção e o sinal que ele recebe em sua casa. Instalado o aparelho por um "técnico" enviado pelo vendedor e "voilà"  Como mágica, o assinante passa a ter acesso a todo o cardápio da operadora, por mais premium que seja: dos caros canais esportivos Premiere ao pacote HBO; dos mais fechados canais pornôs até os que exibem lutas de UFC mediante pagamento. E tudo isso pelo valor da assinatura básica. "Nós calculamos que operadoras e canais tenham hoje no Brasil por volta de R$ 100 milhões em prejuízo com essa prática", diz Antonio Salles Neto, 60, vice-coordenador de antipirataria da ABTA. "Estamos muito atentos e preocupados com a curva de assinantes que adquirem esses aparelhos. Ela está crescendo de forma veloz."
PIRATARIA ASIÁTICA:
A compra e a venda das caixas "decoder" são proibidas no Brasil desde 2012. Muitas são projetadas na Coreia do Sul e montadas na China. Elas foram importadas durante muito tempo sob a chancela de serem "decoders" para antenas parabólicas. Mas os técnicos da ABTA descobriram um desvio de finalidade para os aparelhos. Apesar da proibição, vários estabelecimentos e comerciantes que ficam na rua Santa Ifigênia, região central de São Paulo, vendem o equipamento sem muitas perguntas e ainda indicam um técnico para fazer a instalação.  Salles calcula que haja entre 1,6 milhão e 2 milhões de caixas em operação no país. "Se a curva da pirataria continuar no ritmo atual, em cinco anos metade das assinaturas já fará uso dela." O custo desses aparelhos "piratas" caem vertiginosamente. Uma caixa AZbox "topo de linha", vendida por até R$ 899 há um ano e meio, hoje é comercializada por R$ 299. Para Salles, a pirataria não é estimulada pelos altos preços dos serviços e pelo atendimento ao cliente. "A indústria passou, sim, por um mau momento, mas ela agora está em um nível ascendente, e os preços também estão melhores", afirma.
COMO FUNCIONA A PIRATARIA:
Opção A:
1- Usuário vai a um centro de comércio pirata ou na internet e adquire um decoder (caixa) ilegal; é preciso ter uma conexão de Internet no local de instalação;
2- O vendedor da caixa envia um funcionário que instala o aparelho, conectando-o à Internet e à fonte de sinal de TV por assinatura usando "portas" diferente
3- Pela porta conectada à Internet, a rede pirata fornece, graças a seu software próprio, a chave de abertura ilegal da programação. Por meio da rede de uma das operadoras de TV, o usuário recebe o sinal ilegal de qualquer canal que não faça parte do seu pacote. O usuário recebe o sinal de TV paga, mas fica online com uma rede privada de dados ilegal
Opção B:
Usuários que não têm acesso à Internet podem "piratear" com a modalidade de caixa conectada aos satélites por duas antenas. A primeira antena é apontada ao satélite de serviços de TV por assinatura e uma segunda antena - menor e dedicada a dados - é conectada a um satélite. Esse caminho é usado alternativamente para fornecer as chaves de acesso extraídas pela rede pirata. Essa ação, porém, é mais fácil de ser descoberta e combatida. Operadoras do mundo já conseguem tirá-las do ar.
Opção C:
A caixa pirata usada exclusivamente no caso de TV a acabo similar à anterior, só que em vez de se conectar à antena de satélite, conecta-se na rede de cabo. Muitos usuários, para disfarçar, mantêm o pagamento de um pacote mínimo com acesso à Internet.
Opção D:
A caixa que desbloqueia HD funciona de forma similar, apenas recebendo a chave correspondente ao serviço.
Informações importantes. Todo usuário de decoder (decodificador) ilegal está conectado a uma rede legal e isso o expõe à Justiça e corre o risco de ser indiciado por associação para produzir danos a alguém; trata-se de um crime.
Fonte: ABTA (Associação Brasileiras das TVs por Assinatura)