A juíza de direito Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas (MG), acusada pela noiva do goleiro Bruno de suposta tentativa de extorsão para livrá-lo da cadeia, foi afastada de suas funções nesta quarta-feira (27) pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). A decisão foi determinada pela Corte Superior do órgão e publicada no diário eletrônico do Judiciário, no início da noite desta quarta-feira (27). Quem assina a determinação é o desembargador Mário Lúcio Carreira Machado. No entanto, de acordo com a assessoria do TJ, não foi divulgado se o afastamento da magistrada se deu por conta das denúncias de extorsão feitas contra ela. Em junho deste ano, a dentista carioca Ingrid de Oliveira, que se apresenta como noiva do goleiro Bruno, denunciou o suposto esquema de tentativa de extorsão envolvendo a juíza e um advogado que teria sido indicado a ela pela magistrada. A proposta seria para libertar, por meio de um habeas corpus, o goleiro, réu no processo sobre o sumiço de sua ex- amante Eliza Samudio, em troca de R$ 1,5 milhão. A reportagem tentou contato com o advogado, mas ele não atendeu as ligações. Ingrid fez a denúncia na comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (AL-MG). Segundo a dentista, a magistrada, que colheu depoimentos de testemunhas do caso em outubro do ano passado, teria apresentado a ela o advogado Robson Martins Pinheiro Melo, que teria sido o formulador da proposta. A intermediação da magistrada, conforme o depoimento de Ingrid obtido à época pela reportagem do UOL Notícias, não se deteve na suposta indicação do advogado, mas também na oferta de estada na casa da juíza enquanto a dentista estivesse em Minas Gerais. Ainda conforme o relato da moça, o advogado teria passado a cobrar adiantamento do valor antes mesmo de entrar com o habeas corpus. A mulher contou ter procurado em seguida Cláudio Dalledone Júnior, advogado do goleiro, a quem descreveu o episódio. Ela disse ter ouvido dele a desconfiança de estar sendo vítima de tentativa de extorsão. O deputado estadual Durval Ângelo (PT), presidente da comissão, havia confirmado o depoimento.
Juíza polêmica:
A juíza causou polêmica, no final de outubro do ano passado, ao se declarar favorável à soltura do goleiro. Ao final da sessão realizada no fórum de Esmeraldas para colher depoimentos de testemunhas, ela concedeu entrevista coletiva, fato incomum na magistratura. “As provas periciais eu não olhei nenhuma, mas só pelo grosso, que eu venho lendo pela mídia também, eu não vejo razão [para a prisão]. Eu não digo o Macarrão, mas o Bruno tem domicílio fixo, o Bruno tem, ou tinha emprego, ele tem família. Eu tenho que examinar os autos, mas o que eu estou falando é minha impressão pessoal e, não, jurídica”, afirmou à época a juíza. “Em relação ao Macarrão eu não sei, mas o Bruno deveria estar solto”, complementou a magistrada. “Tem um que gere todos os negócios dele, o cabeça de tudo, que dirige todos os carros dele. Quem é? Me respondam?”, disse ela, para complementar: “O Macarrão”. Ela ainda se reuniu em privado com o jogador em uma sala anexa ao local da audiência onde ficaram por 15 minutos.
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