quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Flamengo emite nota oficial e abre guerra contra a CBF por título de 1987.

Do UOL Esporte.
O Flamengo abriu guerra contra a CBF pelo reconhecimento do título nacional de 1987. Em nota oficial assinada pela cúpula rubro-negra, o clube trata como "cesto de bondade" o reconhecimento das conquistas entre 1959 e 1970 e ironiza as declarações do presidente da entidade, Ricardo Teixeira.Assim como fez com Ricardo Teixeira, o Flamengo ironizou o fato de a CBF ter oficializado a unificação de títulos nacionais, o que fez por meio de seu site oficial no último dia 22.O clube da Gávea mostrou total indignação e estranheza pela ‘distribuição’ do títulos nacionais ao demais clubes, o que não aconteceu com o Flamengo, que se julga campeão autêntico de 1987. O Flamengo também aproveitou a oportunidade para afirmar que não precisa dos conselhos de Ricardo Teixeira, que afirmou que, caso o clube da Gávea se sinta lesado pelo não reconhecimento do título, que procurasse à Justiça comum. Além disso, os representantes flamenguistas afirmaram que, caso o presidente Ricardo Teixeira fosse preso, não seria por causa do desrespeito de uma decisão judicial, a qual se referiu na cerimônia de reconhecimento dos títulos nacionais na última quarta-feira.
O Flamengo ainda lembrou que clubes que foram considerados campeões brasileiros atingiram tal status disputando apenas quatro partidas, o que não aconteceu com o Rubro-Negro em 1987. Por fim, o clube revela que esta ação da CBF é uma atitude clara por parte da entidade e de seu presidente de punir o Rubro-Negro pela ‘guerra declarada’ a Ricardo Teixeira e a entidade máxima do futebol nacional.  E o impasse entre Flamengo e CBF parece estar longe de acabar. O presidente da CBF Ricardo Teixeira detonou nesta quinta-feira a mandatária do Flamengo, alegando que os pleitos do clube pelo reconhecimento do hexacampeonato servem para mascarar a incompetência administrativa da atual gestão flamenguista.
Patrícia Amorim não se omitiu e respondeu ao representante da CBF reconhecendo que o clube da Gávea não teve um grande ano, mas lembrou também do fracasso da seleção brasileira na Copa do Mundo da ÁfrIca do Sul."Realmente o ano não foi dos melhores para o Flamengo, assim como não foi para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Além disso, a CBF já teve outras temporadas bem piores (1990, 1998 e 2006), mas nada como um ano após o outro", disse.
Leia, na íntegra, a nota oficial:
Flamengo presta esclarecimentos sobre campeonato brasileiro de 1987.
Em defesa de suas tradições, e pelo respeito devido à imensa nação rubro-negra, o Clube de Regatas do Flamengo sente-se no dever de tornar público o seu repúdio ao ato insustentável, jurídico e moralmente, da Confederação Brasileira de Futebol, de não reconhecer o nosso título de Campeão Brasileiro de 1987, legitimamente conquistado nos gramados, e presta os seguintes esclarecimentos.
1) Causa profunda estranheza o fato da CBF distribuir, generosamente, títulos nacionais a diversos clubes, reconhecendo torneios disputados há décadas, e não o faça, somente em relação ao Flamengo.
2) Com a decisão agora adotada reconhece a CBF que é possível admitir e declarar que dois clubes sejam campões brasileiros, no mesmo ano, embora disputando competições diferentes e concomitantes, sendo que o Palmeiras foi considerado duas vezes campeão no mesmo período de um ano.
3) A sentença judicial, a que se apega, por interpretação equivocada, o Presidente da CBF, se limita a declarar que o Sport Clube Recife é campeão brasileiro de 1987, mas em momento algum veda que também o seja o Flamengo, em duplicidade já tantas vezes ocorrida no passado e que agora se restabelece, com a surpreendente decisão da CBF.
4) Daí se conclui, sem o menor esforço, que o reconhecimento do Flamengo, como Campeão Brasileiro de 1987, em nada afrontaria a coisa julgada, que não repele tal decisão, se adotada no plano desportivo.
5) Também é incompreensível que o Sr. Ricardo Teixeira esteja tão empenhado, após mais de vinte anos, em cumprir uma decisão judicial, que ele não interpretou corretamente, se sempre repeliu, e com veemência, que os clubes trilhassem a via judiciária para dirimir seus conflitos esportivos, chegando a ameaçá-los com severas sanções disciplinares se o fizessem, e agora ainda sugere ao Flamengo que adote esta postura, como se precisássemos de seus conselhos.
6) O justo reconhecimento do Flamengo como legítimo campeão de 1987, não traduz desrespeito à decisão judicial, não se justificando o temor do Sr. Ricardo Teixeira de ser preso, e se vier a sê-lo certamente não será por esta causa.
7) Cumpre ainda observar que o "cesto de bondade" da CBF permitiu que se sagrassem campeões brasileiros agremiações que disputaram apenas quatro partidas em torneios sem a dimensão daquele a que concorreu o Flamengo, em 1987, que reuniu as maiores e mais poderosas equipes do Brasil, filiadas ao Clube dos Treze.
8) Todos os brasileiros que, independente de suas paixões clubisticas, são dotadas de um mínimo senso natural de justiça, reconhecerão que o ato que ora repudiamos tem o único e censurável propósito de punir o Flamengo e sua Presidente, por terem adotado decisões, com independência e altivez, mas que contrariam os interesses pessoais e os ambiciosos sonhos e projetos políticos de dirigentes que se eternizam no poder.
Prestados estes esclarecimentos, o Clube de Regatas do Flamengo assegura à nação rubro-negra, formada por milhões de pessoas que se espalham pelo Brasil, que lutará em todas as instâncias judiciais, esportivas e políticas, para defender seu legitimo direito, e que, como na gloriosa tradição de sua história, não teme os desafios e nem se dobrará ou se acovardará diante da prepotência e do arbítrio. Com o apoio da camisa 12, envergada por nossa torcida, seremos mais uma vez vencedores.
Flamengo sua glória é lutar!
Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 2010.

Patrícia Amorim - Presidenta
Bernardo Amaral - Presidente da Assembléia Geral
Sylvio Capanema de Souza – Presidente do Conselho Deliberativo
Mauricio Roberto Gomes de Mattos – Presidente do Conselho de Administração
Leonardo Ribeiro – Presidente do Conselho Fiscal
Eduardo Motta – Presidente do Conselho de Grande-Benemérito

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