sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

De volta, Marílson tenta devolver brilho brasileiro à São Silvestre


São Paulo (SP).
Marílson assume favoritismo na disputa.
Sem sequer subir ao pódio nas duas últimas edições da São Silvestre, os brasileiros têm um ótimo motivo este ano para sonhar novamente com bons resultados na tradicional prova do atletismo brasileiro: Marílson Gomes dos Santos está de volta à disputa. E, após quatro anos de ausência, o brasiliense avisa: não vai correr pelas ruas de São Paulo apenas para participar. "Não vou entrar lá para ser segundo ou terceiro, vou entrar para ganhar", avisou o fundista, que há menos de 20 dias venceu com tranquilidade a prova Sargento Gonzaguinha, seletiva para a São Silvestre. "Sou um dos favoritos, sem dúvida", reconhece. Gabarito para cruzar a linha de chegada em primeiro lugar, Marílson já provou que possui de sobra: além de ser duas vezes campeão da badalada Maratona de Nova York (2006 e 2008), ele é o atual recordista sul-americano dos 5.000m e dos 10.000m. A São Silvestre, aliás, já foi conquistada por ele em duas oportunidades, 2003 e 2005. Uma nova vitória de Marílson significaria ainda a obtenção de uma marca especial: desde o início da fase internacional da São Silvestre, em 1945, jamais um brasileiro conseguiu triunfar três vezes na competição. Quem chegou mais próximo disto foi Sebastião Alves Monteiro, vencedor em 1945 e 1946, e José João da Silva, que levou a melhor em 1983 e 1985. 
Gazeta Press.  
São Silvestre terá 21 mil participantes.

 "Estou bem preparado e tenho realizado bons treinos. Só espero que ninguém esteja melhor preparado que eu", brincou o corredor. O calor e a umidade relativa do ar em São Paulo, nessa época do ano, são dificuldades que preocupam o atleta, que gosta de correr com climas mais amenos, até um pouco frio. "Sou brasiliense, acostumado a clima seco. A umidade e o calor juntos são adversários difíceis na São Silvestre", afirmou.
Africanos, os rivais de sempre.
País com maior número de títulos da São Silvestre (12, contra 10 do Brasil), o Quênia terá em James Kwambai Kipsang sua principal aposta. Atual bicampeão da corrida, ele vem desgastado da Maratona de Nova York, assim como Marílson, mas tem a seu favor o fato de ter vencido justamente nesta condição no ano passado. Outro que tem tudo para dar trabalho aos donos da casa é Barnabas Kiplagat Kosgei, atual campeão da Volta da Pampulha e vice da 10K Rio - Corrida Pan-americana. Vencedor da disputa no Rio e vice em Belo Horizonte, Mark Korir também não pode ser descartado, assim como Mathew Kiptoo Cheboi, campeão da Meia Maratona de São Paulo em 2007. O tanzaniano Marco Joseph, o etíope Endale Mekonnen Tekileab e os marroquinos Abderrahime Bouramdane e Mohamed El Hashimi buscam surpreender. "Os africanos mostraram bons resultados na 10K Rio e na Volta da Pampulha, provas que antecedem a São Silvestre. Por isso, optei por deixar o treino mais puxado e isso com certeza vai fazer a diferença no resultado final da corrida", alerta o técnico Moacir Marconi, o Coquinho, que treina Korir, Barnabas e Cheboi, entre outros africanos, no Paraná. Além da esquadra africana, dois sul-americanos se destacam. Os colombianos Diego Alberto Colorado e William Naranjo. Em 2009, eles surpreenderam e foram os melhores colocados depois dos quenianos, Kwambai, Elias Chelimo e Robert Cheruiyot. Colorado terminou em quarto e Naranjo em quinto.  
Djalma Vassão/Gazeta Press.
James Kwambai Kipsang é o atual bicampeão.
Franck evita expectativas. Último brasileiro campeão da São Silvestre, em 2006, o mineiro Franck Caldeira tenta se recuperar das decepções nas últimas edições da prova, quando foi a principal esperança brasileira: no ano passado, ficou apenas em 22º lugar, enquanto que em 2007 e 2008 ele abandonou a disputa. Porém, com um ano conturbado, no qual perdeu a mãe, ele evita criar grandes expectativas. "O primeiro lugar não é impossível, mas está muito difícil", afirma o técnico Alexandre Minardi.
O Clube de Franck, o Cruzeiro conta ainda com outros brasileiros que sonham pelo menos subir ao pódio. É o caso de Giomar Pereira da Silva, três vezes campeão do ranking nacional de corredores, Luis Paulo da Silva Antunes, João da Bota e Marcos Alexandre Elias. Vice em 2006 e melhor representante do país no ano passado, Clodoaldo Gomes da Silva (8º)também sonha com um novo bom resultado, enquanto Damião Ancelmo de Souza quer coroar um ano no qual fez pódio em todas as 17 provas que disputou, com destaque para o terceiro lugar na Volta da Pampulha. A competição terá os seguintes horários de largada: 14h45 - cadeirantes; 14h50 - outras categorias de atletas com deficiência; 16h30 - elite feminina; e 16h47 - elite masculina e demais categorias. O percurso é o mesmo das últimas temporadas, com total de 15 quilômetros. A largada será dada em frente ao Masp (Avenida Paulista, 1578) e a chegada ocorrerá em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero (Avenida Paulista, 900). 

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