O ex-ministro José Dirceu, preso devido à condenação no processo do mensalão, foi contratado pelo hotel Saint Peter, em Brasília, como gerente administrativo, por um salário de R$ 20 mil mensais. A carteira de trabalho dele foi assinada no último dia 22. Dirceu cumpre pena de 7 anos e 11 meses por corrupção ativa no regime
semiaberto, o que lhe dá direito a sair durante o dia para trabalhar. A
defesa dele entrou, então, com pedido no STF (Supremo Tribunal Federal)
para que ele possa trabalhar durante o dia. O pedido também foi
encaminhado à VEP (Vara de Execuções Penais). Segundo a assessoria de
imprensa do Supremo, quem irá decidir será o juiz da VEP. Os documentos de contratação de Dirceu constam do pedido entregue ao STF, disponível no andamento eletrônico do processo. No pedido, a defesa ressalta que Dirceu "preenche todos os requisitos
necessários para que lhe seja deferida a possibilidade trabalho externo.
Além de estar cumprindo pena em regime no qual se admite tal medida, o
requerente possui toda sua documentação pessoal em ordem", além de
possuir "proposta concreta de trabalho", exigência legal para que seja
concedido o benefício do trabalho externo. Diz que, inclusive, "já
elaborou e assinou o competente contrato de trabalho e carimbou carteira
de trabalho do requerente". O pedido feito ao tribunal destaca que consta do contrato de trabalho
que o hotel está ciente quanto às restrições de horário de Dirceu, uma
vez que precisará passar as noites na cadeia. Segundo o contrato, o
horário de trabalho dele será das 8h às 17h, com almoço de uma hora, das
12h às 13h. Na ficha de solicitação de emprego, Dirceu diz que está se
candidatando à vaga por "necessidade e por apreciar hotelaria e área
administrativa". A mando da VEP, o pedido de Dirceu será encaminhado para a Seção
Psicossocial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, formada por
assistentes sociais e psicólogos, para avaliar a proposta de emprego e
elaborar relatório que servirá de base para conceder autorização ou não
para o trabalho externo. O Ministério Público também precisará se
manifestar sobre o parecer. Preso em 15 de novembro junto com outros réus do processo, Dirceu
candidatou-se à gerência do hotel brasiliense três dias depois, em 18 de
novembro. O estabelecimento fica na quadra 2 do Setor Hoteleiro Sul de Brasília,
próximo à área central da capital, como a Esplanada dos Ministérios. O
hotel diz em seu site que é "o maior da área central de Brasília", com
427 apartamentos, incluindo 16 quartos adaptados para portadores de
necessidades especiais. A diária para um quarto "executivo single" sai
por R$ 440. Também há salas de conferência e espaços para eventos. Dirceu também foi condenado a dois anos e 11 meses de prisão pelo crime de formação de quadrilha,
mas, como teve quatro votos favoráveis em sua condenação, será julgado
novamente pelo STF no ano que vem. No julgamento, o STF considerou que
Dirceu era o chefe da quadrilha do mensalão.
Fachada do Hotel Saint Peter, que fica no setor hoteleiro sul, em
Brasília, onde o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, um dos
condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por envolvimento com o
mensalão, foi contratado como gerente administrativo, por um salário de
R$ 20 mil. A carteira de trabalho dele foi assinada no último dia 22.
Dirceu cumpre pena de 7 anos e 11 meses por corrupção ativa no regime
semiaberto, o que lhe dá direito a sair durante o dia para trabalhar. A
defesa dele entrou, então, com pedido no STF (Supremo Tribunal Federal)
para que ele possa trabalhar durante o dia Pedro Ladeira/Folhapress
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