Cartaz que promovia o filme é retirado após Sony ter cancelado lançamento devido a ameaças de hackers
A Coreia do Norte ameaçou ataques contra os Estados Unidos, no que pode
ser interpretado como uma escalada na guerra de palavras iniciada após
um ataque cibernético à Sony Pictures. Em comunicado duro, a
Coreia do Norte ameaçou ataques contra Casa Branca, o Pentágono e "todo o
território dos Estados Unidos", mas sem especificar qual seria a
natureza de tais ataques. O regime de Pyongyang nega a acusação
formal dos Estados Unidos de que seja responsável por um grande ataque
virtual à Sony em retaliação ao lançamento do filme A Entrevista, sobre
um assassinato fictício de seu líder, Kim Jong-un. "O Exército e
o povo da Coreia do Norte estão totalmente prontos para entrar em
confronto com os Estados Unidos em todos os espaços de guerra, incluindo
guerra cibernética", disse um longo comunicado divulgado pela agência
de notícias oficial coreana, que chamou o país americano de "fossa do
terrorismo". O documento acusou o presidente americano, Barack
Obama, de "criar de maneira imprudente o boato" de que a Coreia do Norte
estava por trás do ataque à Sony. O comunicado também disse
que a Coreia "estima a ação justa" tomada pelos hackers da Sony, embora
"não tenha conhecimento de onde eles são".
Ataque à Sony
O ataque à Sony resultou no vazamento de filmes inéditos e o roteiro do
próximo filme de James Bond. E-mails privados entre produtores e
personalidades de Hollywood também foram divulgados. Após o
ataque, a Sony cancelou o lançamento do filme A Entrevista, previsto
para o Natal. A decisão foi tomada após ameaças feitas pelos hackers aos
cinemas que colocariam a comédia em cartaz. Caso tem sido acompanhado de perto pela imprensa sul-coreana
A Coreia do Norte negou estar por trás dos ataques e se ofereceu para
realizar uma investigação conjunta com os Estados Unidos. Mas os
americanos recusaram a oferta, e Obama disse considerar colocar a Coreia
do Norte de volta em sua lista de patrocinadores do terrorismo, o que
enfureceu ainda mais Pyongyang. A Coreia do Norte integrou a
lista americana por duas décadas até que a Casa Branca retirou o país,
em 2008, como parte das negociações - agora paradas - sobre o programa
nuclear de Pyongyang. Em entrevista à CNN, no domingo, Obama prometeu responder "proporcionalmente" ao ataque virtual. "Vou esperar para ver quais são as conclusões", disse ele, acrescentando não achar que o ataque tenha sido "um ato de guerra". Os Estados Unidos também teriam pedido à China para conter ataques virtuais da Coreia do Norte. A China é a aliada mais próxima da Coreia do Norte e é vista como o país com maior influência sobre Pyongyang.
O ministro de Relações Exteriores chinês, Wang Yi, teve uma conversa
por telefone com o secretário de Estado americano, John Kery, no
domingo, e discutiram a questão da Sony. Wang disse que a China
é "contra todas as formas de ataques e terrorismo virtuais", mas não se
referiu diretamente à Coreia do Norte. Correspondentes dizem
que a questão da pirataria é uma questão sensível nas relações
sino-americanas, com os dois lados frequentemente se acusando de
espionagem virtual.
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