"Mãe, olha ali a Marina!", gritou uma criança de dentro do carro ao ver
uma mulher negra, magra, cabelo amarrado em um coque e saião
distribuindo santinhos pela principal via de Senador Guiomard (25 km de
Rio Branco). "Não sou a Marina, não", respondeu Maria Lúcia Silva
do Nascimento, 55. O problema é que, quando ela fala, a confusão só
aumenta: a voz aguda e o sotaque são idênticos aos da irmã um ano mais
velha e candidata à Presidência da República pelo PSB. "É muito
parecida", diz espantada a executiva de vendas Robbysenni Melo, 31, a
mãe da garota de cinco anos, após parar o carro e abraçar a sósia de
Marina Silva.
A
principal diferença dela em relação à irmã presidenciável são alguns
centímetros a menos de altura. Sem alarde, a família de Marina está em
campanha pelas ruas do Acre. Na
noite de sábado (6), as irmãs Maria Lúcia, Maria Jesus e Maria Elizete e
alguns sobrinhos aproveitaram uma pequena aglomeração em torno do
desfile de 7 de Setembro em Senador Guiomard, cidade de 20 mil
habitantes, para fazer panfletagem.
Por causa do calor, o desfile
pátrio havia sido antecipado. A família de Marina e alguns militantes
chegaram em dois carros e uma moto ocupada por dois sobrinhos. De
forma tímida, Maria Lúcia, dona de casa em Rio Branco, abordava
eleitores dizendo: "Você aceita um papel da Marina?". Sempre sorrindo,
explicava incontáveis vezes que não, não é a irmã famosa. E atendia
pacientemente aos pedidos de foto.
Pelo menos um deles não se
convenceu: "Vocês estão fazendo pegadinha, né?", disse o vendedor Ismael
Costa, 25, após receber o santinho e fazer um "selfie" com Maria Lúcia.
"É um clone?". Antes de voltar para Rio Branco, a família jantou
em uma pizzaria, com mesas e cadeiras de plástico ao ar livre, além de
refrigerante servido em copos descartáveis. Nenhum dos parentes
de Marina falou com a Folha. Por decisão familiar, optaram por não
conceder entrevistas à imprensa no momento.
CASA DE MADEIRA:
Nascida no seringal Bagaço, a cerca de 70 km de Rio Branco, Marina tem seis irmãs, todas donas de casa, e só um irmão, que é motorista na capital acriana.
Com exceção de duas irmãs, todos moram na capital do Estado. O pai, o seringueiro aposentado Pedro Augusto da Silva, 87, vive em uma casa de madeira construída sobre palafitas por causa das enchentes periódicas. Costuma participar da campanha, mas viajou horas antes da panfletagem para ficar com Marina em São Paulo.
Nascida no seringal Bagaço, a cerca de 70 km de Rio Branco, Marina tem seis irmãs, todas donas de casa, e só um irmão, que é motorista na capital acriana.
Com exceção de duas irmãs, todos moram na capital do Estado. O pai, o seringueiro aposentado Pedro Augusto da Silva, 87, vive em uma casa de madeira construída sobre palafitas por causa das enchentes periódicas. Costuma participar da campanha, mas viajou horas antes da panfletagem para ficar com Marina em São Paulo.
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