O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Claudio Fonteles,
divulgará em fevereiro ou março um texto de sua autoria segundo o qual
há provas documentais de que o deputado federal Rubens Paiva foi morto
por agentes da ditadura militar no interior de um prédio do Exército no
Rio. Critico da ditadura, Paiva desapareceu em janeiro de 1971, aos 41 anos
de idade. A versão oficial que o Exército mantém até hoje é que Paiva fugiu das
mãos dos militares no Rio. Papéis que têm vindo a público ao longo dos
anos e depoimentos testemunhais, contudo, indicam que Paiva foi morto
sob tortura nas mãos do Exército. Fonteles afirmou ao programa da jornalista Miriam Leitão, no canal
GloboNews, e ao portal "iG" que há documentos no Arquivo Nacional que
apontam para o assassinato de Paiva no interior do DOI-Codi, um dos
principais centros da repressão militar à esquerda na época da ditadura
(1964-1985). O coordenador reconheceu que ainda não há pistas do destino dado ao
corpo pelos militares nem os nomes dos autores do crime. Em novembro, a Folha revelou que documentos entregues à Polícia
Civil do Rio Grande do Sul pela família do coronel Júlio Miguel Molinas
Dias, morto a tiros quando chegava em sua casa em Porto Alegre (RS),
ajudariam a confirmar a morte de Paiva nas mãos da ditadura militar. Dias comandou o DOI-Codi do Rio no fim da década de 70 e no início dos
anos 80. Um dos documentos confirmou que Paiva chegou a dar entrada no
DOI-Codi.
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