O líder do Hamas, Khaled Meshaal, disse neste sábado que nunca
reconhecerá o Estado de Israel, em sua primeira visita à faixa de Gaza
em 41 anos. As declarações foram feitas em discurso comemorativo dos 25
anos de existência do movimento radical islâmico. "A Palestina é nossa do rio [Jordão] para o mar [Mediterrâneo] e do sul
para o norte. Não haverá concessão de uma polegada de terra".
Palestinos comemoram o jubileu de 25 anos de existência do movimento radical islâmico Hamas, em Gaza. Para Meshaal, o território reivindicado, onde hoje estão os territórios
palestinos e o Estado de Israel, "sempre foi e é árabe e islâmico".
"Essa é a nossa terra e não a de outros. Por isso, nunca reconheceremos a
legitimidade da ocupação da nossa terra. A terra da Palestina será
nossa e nunca será dos sionistas". Em um discurso intransigente, Meshaal também prometeu libertar
prisioneiros palestinos detidos em Israel, indicando que militantes
islâmicos tentariam sequestrar soldados israelenses para usá-los como
moeda de troca. Ele fez referência à soltura de 1.027 palestinos presos em Israel no ano
passado, em troca da libertação de Gilad Shalit, soldado israelense
capturado por palestinos em 2006 e que ficou escondido pro mais de cinco
anos. O tom radical do pronunciamento de Meshaal foi compartilhado pelas
Brigadas Ezz al Din al Qassam, braço armado do Hamas. Em discurso, um
combatente encapuzado prometeu destruir Israel. "Cortaremos as mãos de qualquer um que ataque o povo palestino e seus líderes", disse o militante, que não foi identificado. Ele também mostrou sua satisfação com os resultados obtidos na última
batalha entre Israel e os palestinos, em que 167 palestinos e sete
israelenses morreram, no início de novembro. Os combates terminaram com
um cessar-fogo mediado pelo Egito, após oito dias de enfrentamentos.
JUBILEU
Os discursos foram acompanhados por dezenas de milhares de militantes,
que celebravam a criação do Hamas. O grupo nasceu em 1987, pouco antes
da Primeira Intifada palestina, que aconteceu há exatos 25 anos na faixa
de Gaza. Entre a multidão, que estava em uma praça da Cidade de Gaza, havia
muitas mulheres e crianças com os símbolos do Hamas, bandeiras e gorros
de cor verde, além de militantes armados e encapuzados das Brigadas Ezz
al Din al Qassam. Em cada lado do palco foram instalados retratos gigantes do fundador do
Hamas, xeque Ahmed Yassin, assassinado pelo exército israelense em 2004,
e do chefe militar do Hamas, Ahmed Jaabari, morto no primeiro ataque
israelense da operação lançada em novembro. Estrangeiros de outros países muçulmanos também participam da festa,
após passar pela fronteira com o Egito em Rafah. A maioria vem de países
como Egito, Tunísia, Líbano, Arábia Saudita e Jordânia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário