Sônia de Fátima Moura, mãe de Eliza Samudio (ex-amante do goleiro Bruno Souza desaparecida desde junho de 2010), afirmou ter recebido uma carta contendo dados sobre a possível localização do corpo da filha. Segundo a carta, ele estaria em um poço artesiano desativado localizado no bairro Planalto, região norte de Belo Horizonte. O goleiro Bruno Souza e sete réus vão a júri popular, ainda sem data definida, pelo desaparecimento da moça. Sônia disse que a carta, sem discriminação do remetente, foi deixada na recepção de uma emissora de TV localizada na capital mineira, onde ela esteve nesta quarta-feira (20) participando de um programa da emissora. A mulher demonstrou muita esperança em achar os restos mortais da filha ao afirmar que a carta contém detalhes que especificam a região e o endereço e ainda a orientam como ela deve fazer para chegar ao local. “Ela conta detalhes que me chamaram muito a atenção. Revela o endereço, a localização do poço e ainda como eu devo fazer para chegar lá. Tem todos os pormenores”, disse, sem, no entanto, mostrar o conteúdo da carta. Sônia Moura recebeu o UOL na casa do advogado José Arteiro Cavalcante, na capital mineira. Cavalcante foi assistente de acusação durante a fase de instrução do processo sobre o desaparecimento de Eliza. O advogado representa a mãe dela em Minas Gerais. Ele afirmou ter recebido anteriormente, sem dizer quem seria a pessoa que repassou, informações sobre a existência desse poço desativado. Cavalcante informou que vai enviar um ofício à juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG), na intenção de que o local indicado seja alvo de investigação para tentar checar a veracidade da carta. O advogado disse ainda que vai notificar a Polícia Civil mineira sobre o teor da correspondência enviada à cliente. Sônia Moura mostrou ao UOL somente o envelope no qual ela afirma ter recebido a carta. O delegado Wagner Pinto, chefe do Departamento de Investigações de Minas Gerais(DI), disse que ainda não recebeu nada relativo ao assunto. Segundo ele, se porventura tiver acesso ao conteúdo da carta, a polícia vai checar as informaçãos contidas nela para avaliar a possibilidade de realizar buscas. “Tem que analisar o conteúdo da carta. Ver se realmente tem pontos indicativos de busca. Sem ter a carta para avaliar o conteúdo, não tenho condição de falar nada", disse.
O Caixão:
Sônia Moura disse que ainda pretende enterrar a filha e disse não ter perdido a esperança de encontrar o corpo da filha. Para tanto, afirmou que já está tudo providenciado para o velório e o enterro. “Quando os restos mortais da minha filha forem encontrados, for feita uma autopsia para confirmar que é ela, eu já tenho funerária, o caixão e o cemitério onde ela vai ser enterrada. Tem gente que pode pensar que eu estou louca. Mas eu acredito em Deus e ele vai me conceder essa graça e poder enterrá-la com dignidade”, afirmou. Segundo Sônia, assim sendo, o neto dela, que é filho de Eliza Samudio, teria uma referência. “Eu vou fazer isso para que ele possa saber onde a mãe dele está enterrada. Eu fui pessoalmente semana passada e escolhi o caixão da minha filha”, revelou a mulher, para complementar dizendo que escolheu um cemitério em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, onde vive com o neto e a família. Recentemente, a mãe de Eliza recebeu a guarda definitiva do neto, cuja paternidade é atribuída ao goleiro Bruno, da Justiça de Foz do Iguaçu (PR). Luís Carlos Samudio, pai de Eliza, também pleiteava a guarda da criança, mas segundo seu advogado, desistiu da ação. O homem é considerado foragido da Justiça brasileira por conta de processo contra ele por atentado violento ao pudor. O crime de abuso teria sido cometido contra uma filha dele que, à época do suposto crime, na década de 90, era menor de idade, e que hoje tem 20 anos. Luís Samudio está fora do país e aguarda um julgamento de recurso, informou o seu advogado.
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