Efraim Morais é acusado de causar
dano ao patrimônio da União por deslocar para seu gabinete funcionários
de um programa de inclusão digital legislativa. Caso foi revelado pelo
Congresso em Foco. Por determinação da Justiça, o ex-senador Efraim Morais (DEM-PB) está
com R$ 750 mil em bens bloqueados, acusado de ter causado danos ao
patrimônio ao deslocar, para o seu gabinete, funcionários de um programa
de inclusão digital do Legislativo, o Interlegis. O caso foi revelado em 2008 pelo Congresso em Foco. A decisão que atinge o ex-parlamentar foi proferida no último dia 16
pela juíza federal substituta Maria Lina Silva do Carmo, da 20ª Vara
Federal. Maria Lina também tornou Efraim réu por improbidade
administrativa e o proibiu de transferir recursos para terceiros.
Segundo a magistrada, há “indícios veementes” de que o ex-senador seja o
“autor de condutas que redundaram em dano ao patrimônio da União”. Em entrevista à Agência Estado, Efraim disse que é inocente e que
provará que os funcionários trabalhavam no programa, embora cedidos ao
seu gabinete quando era o primeiro-secretário do Senado. Atual
secretário de Infraestrutura do governo da Paraíba, o ex-senador diz que
seus advogados vão analisar a apresentação de um recurso. O Interlegis é executado pelo Senado em parceria com o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) desde 2000. Como
primeiro-secretário da Casa, Efraim foi diretor nacional do programa
entre 2005 e 2008. Nessa época, ele deslocou para a Primeira-Secretaria
três funcionários que deveriam atuar exclusivamente no Interlegis. Entre
eles, uma filha do atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN). Os outros dois funcionários, ligados ao partido de Efraim, estavam a
serviço do ex-senador em seu escritório político na capital paraibana. O
desvio dos servidores contraria o próprio ato da Comissão Diretora do
Senado que criou os 33 cargos comissionados do projeto no dia 23 de
dezembro de 2003. O artigo 1° do ato diz que: “os cargos em comissão
temporários de livre nomeação e exoneração para exclusivo atendimento
das necessidades de pessoal do Programa Interlegis, vedado o
aproveitamento dos nomeados em qualquer área ou atividade”. Longe de atender exclusivamente às tarefas do gabinete do senador do
DEM, os dois funcionários que atuavam em João Pessoa mantinham outras
atividades. Cada um deles recebia cerca de R$ 6 mil de salário do
Legislativo. Efraim alegou, na ocasião, que desconhecia as irregularidades e que
decidiu demitir esses dois assessores assim que tomou conhecimento dos
casos apontados pelo Congresso em Foco. Efraim Morais foi senador pela Paraíba entre 2003 e 2010. Candidato à
reeleição, foi apenas o terceiro colocado na disputa daquele ano, que
resultou na eleição de Vital do Rego (PMDB-PB) e Cássio Cunha Lima
(PSDB-PB). Em sua passagem pelo Senado, também foi acusado de manter 52
funcionários fantasmas em seu gabinete.
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