Autor do gol que eliminou o Brasil na Copa do Mundo de 1990, Claudio Caniggia colocou fogo em uma polêmica que parece não ter fim e divide não só brasileiros e argentinos, mas boa parte do mundo. O ex-jogador escolheu Pelé como o melhor de todos os tempos em detrimento ao amigo Diego Maradona. “Os melhores são Pelé, Diego [Maradona] e Cruyff. E nessa ordem. Há também o Di Stéfano, que não vi jogar. Mas diria que o quarto talvez seja o Messi. Romário e Ronaldo estão com certeza entre os dez, talvez entre os cinco. Foram os melhores brasileiros que vi. Foram geniais”, disse Caniggia ao UOL Esporte. O argentino veio ao Rio de Janeiro para a disputa do Mundial de Futevôlei 4 x 4, encerrado no último sábado com o título da equipe de Renato Gaúcho. Responsável pela eliminação brasileira nas oitavas de final da Copa de 90, na Itália, Caniggia é extremamente solícito e simpático, o que não ocorre com Maradona. E apesar de normalmente pisar em ovos na hora de comparar o eterno camisa 10 da seleção de seu país com o atual melhor do mundo, Caniggia não tirou o pé da dividida. “Acho que a eleição que o Marca [jornal espanhol] fez é ridícula, sem sentido ou propósito, a não ser o de vender jornal. Quero deixar bem claro que acho o Messi um supercraque, mas não dá para comparar um jogador de 24 anos com outros que fizeram história ao longo da carreira. Foi uma eleição com 87 mil pessoas, mas mais de 50 mil não devem ter visto o Diego [Maradona] jogar. Messi é parecido com Diego? É, mas ser parecido não é ser igual. Nem ser melhor”, diz o ex-atacante. Caniggia disse ainda que não dá para comparar o Messi genial do Barcelona com o inexpressivo Messi da seleção argentina. “Era como o Ajax de Cruyff. Ganhava tudo, mas a Holanda não. O mesmo acontecia com o Real Madrid de Di Stéfano e a seleção espanhola, ou o Milan de Arrigo Sacchi e a seleção italiana ou holandesa. O Messi foi criado no Barcelona e tem a seu lado Xavi, Iniesta e Dani Alves, além de Busquets, Puyol e Abidal. Quando os mais velhos pararem, o próprio Barcelona não será o mesmo. Jogar no Barcelona de hoje é mais fácil. Ainda mais quando se é um craque como ele”, opinou. Torcedor fanático da Argentina, Caniggia vê com desconfiança o futuro da seleção. Decadência foi a palavra usada pelo ex-camisa 9. “O nosso futebol não é mais o mesmo, vide a derrota do Boca para o Fluminense, que eu não assisti. E isso acontece porque a crise financeira dos clubes os obriga a negociar os jogadores com menos de 18 anos, e nem todos estão preparados para isso. Assim, fica difícil formar uma boa seleção, um bom campeonato”, encerrou.
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