quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Vítima símbolo' das pedaladas de Robinho, Rogério ainda se chateia com provocações.


 Rogério foi campeão da Libertadores, jogou na Europa e até passou pela seleção brasileira. Mas ficou marcado mesmo por ser a primeira vítima fatal das pedaladas de Robinho e cometer um pênalti na final do Brasileirão de 2002, que consagrou o Santos como campeão. Quase dez anos depois, ele ainda se chateia com as constantes provocações por causa do emblemático lance.  Rogério voltou ao noticiário no último mês por ser pivô de uma briga judicial entre Palmeiras e Corinthians desde quando se transferiu para o Parque São Jorge em 2000. O Tribunal de Justiça deu ganho de causa ao clube alviverde, o que lhe dá o direito de receber R$ 34 milhões. O rival se nega a efetuar o pagamento. Rogério prefere não se envolver com a disputa entre seus ex-clubes e admite certa preocupação que o problema acabe lhe afetando. "Não tenho esse dinheiro para pagar. Mas se vier uma parte para mim, não me preocupo. Hoje não valho isso tudo, estou velho", brincou. 'No dia em que saiu a notícia liguei preocupado para o meu advogado. Mas ele me tranquilizou". 
Na época, vigorava a lei do passe e o Corinthians deveria pagar R$ 16 milhões pela contratação. Mas o atleta se apoiou em uma decisão da Justiça Trabalhista a seu favor (alegando que o trabalhador não pode ser impedido de exercer sua função). Rogério diz que seu contrato já havia sido encerrado e que chegou até a treinar separadamente do grupo porque a diretoria demorou para fazer a renovação. Nessa época, surgiu a proposta alvinegra. O jogador diz que a falha em um momento decisivo não atrapalhou o restante de sua carreira, mas admite o incômodo com as brincadeiras e comentários ainda frequentes. Aos 35 anos, ele defende hoje o Oeste, de Itápolis, e se prepara para disputar a Copa Paulista e a Série D. “Até hoje onde vou jogar, onde quer que eu vá, as pessoas falam. Elas brincam, comentam, no estádio também. As pessoas só lembram das coisas negativas, infelizmente é assim. O brasileiro é dessa forma, isso que me chateia”, afirmou. O título daquele ano representou o ressurgimento do Santos desde a época de Pelé. Robinho era a representação perfeita da segunda geração de Meninos da Vila e, ainda desconhecido, surpreendeu o defensor corintiano com sua habilidade e teve participação efetiva na vitória por 3 a 2, no Morumbi. Apesar do 'trauma', Rogério diz que não teve qualquer contato com o atual atacante do Milan e nem guarda mágoas do rival. “Ele era um menino desconhecido, ninguém conhecia o Robinho, ninguém imaginava aquela criatividade toda e, infelizmente, ele foi em cima de mim. Eu poderia ter dado o combate antes, mas sempre fui um jogador mais técnico. Esperei o momento certo para roubar a bola. Ele veio pedalando e eu esperei”.  Depois daquela final, Rogério ainda atuou por dois anos no Corinthians até se transferir para o Sporting Lisboa, de Portugal, onde foi ídolo da torcida. Depois passou por Fluminense e equipes de menor expressão como Itumbiara e Santo André. No fim de 2008 decidiu encerrar a carreira ao não ser aproveitado no São Caetano. "Não foi tão positivo. Joguei em poucas partidas. Na época o grupo fez uma viagem na intertemporada e acabei ficando de fora. Não fui relacionado, fiquei treinando atrás do gol sozinho. Ali pedi a rescisão e decidi parar".

A convite de um amigo aceitou defender o Grêmio Osasco, mas a possibilidade de atuar na Série D o deixou mais próximo do Oeste. Agora, não pensa em parar, mas se planeja para a aposentadoria definitiva. “Desde os meus 20, 25 anos vinha traçando o momento certo de parar . Aconteceu de repente e aí você fica em casa sem a convivência de muitos anos, foram 15 anos no futebol. Resolvi voltar, mas faço planos e penso em ser gerente ou trabalhar com algo relacionado ao esporte quando parar”, disse. Do futebol ficarão boas lembranças, como a passagem pela seleção brasileira, a boa fase do Palmeiras na época da Parmalat e o período no Sporting. Rogério  chegou a se emocionar em sua despedida quando, mesmo lesionado, foi ovacionado pela torcida de pé no estádio. A época de Palmeiras também ficará marcada. Da final do Brasileiro de 1997 ao título da Libertadores em 1999, houve um grande crescimento profissional. "Foram quatro anos de conquistas e meu nome está lá gravado. Eu era jovem, vindo do União São João, assim como Roque Júnior e até o Marcos, que se tornou um grande ídolo. A gente jogava no meio de muitos feras e fomos aprendendo juntos", disse ele, que demonstra gratidão pelo técnico Luiz Felipe Scolari. O bom momento o credenciou para defender a seleção brasileira por quatro jogos em 1998 e 1999. Com Vanderlei Luxemburgo, ele foi um dos responsáveis por tentar refazer a imagem da equipe nacional após o fracasso na Copa da França em 1998.
















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