domingo, 7 de agosto de 2011

Os pais da bola: quem deu vida às maiores histórias do futebol.

O futebol não seria o mesmo se não contasse com a genialidade, momentânea ou permanente, de jogadores que deram origem a novas formas de jogar bola. Cada um à sua maneira, eles foram os pais de invenções que se tornaram sinônimos do esporte. Para comemorar o Dia dos Pais no próximo domingo, uma seleção de craques e jogadas que deram mais vida ao futebol.         
Didi, o pai da “folha-seca”

Foi na seleção brasileira, durante as eliminatórias da Copa de Mundo de 1958, que o meia Didi virou ídolo nacional. Faltavam oito minutos para acabar o jogo contra o Peru, no Maracanã, e o 0 x 0 persistia. Didi cobrou uma falta para o Brasil. Quando o goleiro já via a bola ir passando por cima do travessão, ela caiu de repente, dentro do gol. Era a "folha-seca", um chute cheio de efeito com a marca registrada de Didi. Depois, veio a consagração internacional. Didi foi apontado por muitos como o melhor jogador da Copa. Na foto ao lado, Didi (à dir), ao lado de Djalma Santos e Gilmar na final da Copa de 1958. (Crédito: Reprodução)

Garrincha, pai da "alegria do povo"

 

Garrincha é o maior representante do "futebol moleque", em que um drible humilhante provocava entre os torcedores uma euforia até maior do que um gol. A verdadeira Copa de Garrincha foi a de 1962, no Chile. A Seleção tinha perdido Pelé na segunda partida e precisava vencer os favoritos espanhóis para continuar na briga. O jogador, que tantos chamavam de irresponsável, assumiu o comando do time. Graças a ele, Amarildo marcou os gols da vitória contra a Espanha, que colocaram o Brasil nas quartas-de-final. Depois, só deu Mané. Pelas suas magníficas apresentações passou a ser chamado de Alegria do Povo. Na foto ao lado, Garrincha ao lado de Djalma e Pelé na Copa de 1958. (Crédito: Reprodução)

Rivelino, pai do drible elástico


A participação brasileira na Copa de 1974 foi fraca. A equipe conseguiu marcar apenas seis gols em sete jogos. Destes, três saíram dos pés de um dos melhores cobradores de falta que o país já teve: Rivelino. Famoso por seu drible "elástico", com o qual puxava a bola para um lado, mas a tocava para outro, participou de todas as seleções de 1968 a 1978. (Crédito: Folhapress)

Leônidas da Silva, pai da bicicleta

 

O apelido, Diamante Negro, veio em 1932, depois de um jogo pela seleção brasileira no Uruguai. Em campo, Leônidas da Silva surpreendeu a plateia ao executar a bicicleta, jogada acrobática em que o atleta, de costas para o gol, joga-se no ar para atingir a bola. A ele se credita parte do sucesso do Flamengo dos anos 1930. Na foto ao lado, Diamante Negro, faz a sua famosa bicicleta, em partida realizada no estádio do Pacaembu em 1948. (Crédito: Folha Imagem)

Bellini, pai da taça ao alto


Hoje parece óbvio, mas a Copa de 1958 ficou marcada pelo famoso gesto: o brasileiro Bellini, depois de comandar o time na vitória do Brasil sobre a Suécia na final, foi o primeiro capitão a levantar a taça Jules Rimet de campeão mundial acima da cabeça, ato que se tornou obrigatório – ou natural – depois dele. O fato de ter sido a primeira Copa do Mundo televisionada ajudou a imortalizar a cena. Na foto ao lado, o capitão da seleção brasileira Bellini ergue a taça Jules Rimet após vitória sobre a Suécia por 5 a 2. (Crédito: Arquivo/Folha Imagem)

Sócrates, pai da democracia corintiana

O Brasil vivia seus últimos dias de ditadura quando Sócrates ajudou a criar, no início da década de 1980, um conceito de clube de futebol "em cooperativa". Sob o regime militar, o time passou a submeter à votação de jogadores as decisões que os afetavam, dando origem à Democracia Corintiana, movimento que ficou famoso por dar poder aos atletas em todas as decisões do clube. Na foto ao lado, Sócrates e Elisa Alves do Nascimento, torcedora símbolo do Corinthians, comemoram título Paulista de 1982. (Crédito: Gilberto R. dos Santos/Folhapress)

Bebeto, pai do embala-nenê


Ele foi responsável por uma comemoração inesquecível. Precursor da comemoração “embalando nenê”, Bebeto fez o gol contra a Holanda na Copa do Mundo de 1994 e correu para a lateral com braços arqueados, simulando um embalo de um bebê imaginário. A comemoração foi repetida por Mazinho e Romário. O gesto era uma homenagem a Matheus, seu filho caçula que havia nascido dois dias antes, e se tornou uma das principais imagens do tetracampeonato brasileiro. Na foto ao lado, o atacante comemora o segundo gol contra a Holanda, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo de 1994. (Crédito: Antônio Gaudério/Folha Imagem)

Higuita, o pai da defesa escorpião

O então goleiro da Colômbia René Higuita surpreendeu quem acompanhava o jogo amistoso com a Inglaterra em Wembley, em 1995. Ao defender um chute a gol, ele executou sua defesa “escorpião”, saltando para frente e rebatendo a bola com a sola dos pés. O colombiano tinha fama de maluco e extravagante, mas virou referência no futebol mundial por suas tentativas ousadas no gol, algumas com sucesso e outras nem tanto. Na foto, o goleiro tenta repetir a façanha. (Crédito: Luis Benavides/AP)

Roger Milla, o pai da dancinha nas comemorações


O atacante da seleção de Camarões nos anos 1990 inovou ao comemorar um gol. Com uma mão pra o alto e outra na cintura, não teve medo de rebolar e deu origem às dancinhas nas comemorações de gol. Ele tinha o que festejar: na Itália, pela primeira vez uma seleção africana chegava às quartas-de-final da Copa. Ele dizia que a sambadinha que ele dava após o gol – foram quatro na Itália – era uma homenagem ao jogador brasileiro Careca e à inspiração que futebol brasileiro provocava na África. Na foto, Milla entre marcadores brasileiros em1994. (Crédito: Reprodução)

Jules Rimet, o pai da Copa do Mundo

Quando estava à frente da Fifa, o francês Jules Rimet criou a Copa do Mundo de Futebol, em 1930. A primeira edição aconteceu no Uruguai, com vitória do time anfitrião e sem presenças ilustres como Inglaterra e Itália, que se recursaram a enfrentar tamanha distância para disputar o torneio. Na foto ao lado, Rimet na primeira Copa. (Crédito: Arquivo/Folha Imagem)

Maradona, o pai do gol de mão


Ele não podia ficar de fora. Polêmico fora dos gramados, Diego Maradona fez cinco gols na Copa do Mundo de 1986. Em um deles, aos 6min do segundo tempo, Maradona foi lançado na área, ganhou dos zagueiros na velocidade e dividiu com o goleiro Shilton. Com a mão, ele enganou árbitro e abriu o caminho para a vitória por 2 a 1 sobre a Inglaterra nas quartas de final. "Fiz com a minha cabeça e a mão de Deus”, justificou. Na mesma partida, o meia fez outro gol antológico após driblar seis adversários desde o meio de campo, entre eles o goleiro, e tocar para o gol vazio. Na foto, Maradona e o célebre lance. (Crédito: Arquivo/Folha Imagem)

Rinus Michels,o pai da Laranja Mecânica

Na Copa do Mundo de 1974, a Holanda, que não disputava uma Copa havia 36 anos (havia ficado em penúltimo lugar em 1938), ressurgiu com uma geração genial de jogadores e uma forma inovadora de jogar futebol. O esquema idealizado pelo técnico Rinus Michels surpreendeu os adversários ainda presos às táticas tradicionais e deu origem à “Laranja Mecânica”, que revolucionou a maneira como os jogadores se movimentavam em campo.

Robinho, pai da pedalada


Se pai não é só quem dá a vida, mas também quem faz crescer, Robinho não pode ficar de fora desta lista. Apesar de a pedalada não ser invenção sua, ficou registrada em 2002 no jogo que consagrou o Santos como campeão. Na ocasião, Robinho conseguiu enganar o lateral Rogério com suas passadas rápidas sobre a bola e sofreu o pênalti que decidiu o Brasileirão. A partir de então, o “Pedala, Robinho” ganhou o mundo. Na foto, Robinho pedala sobre Rogério em clássico Santos x Corinthians. (Crédito:Antônio Gaudério/Folhapress)

Pelé, o pai da paradinha

Maior jogador da história do futebol e apelidado de "O Rei" pela imprensa francesa, em 1961, Pelé criou e aperfeiçoou jogadas que encantaram o mundo: o chute a gol do meio do campo, a tabela nas pernas do adversário, o drible sem bola no goleiro, a paradinha na cobrança do pênalti. Esta última, criada por ele nos anos 1960, foi proibida pela Fifa na Copa do Mundo de 2010. A finta, feita quando o jogador vai fazer a combrança, é considerada uma violação. Na foto, Pelé comemora gol. (Crédito: Arquivo: Folha Imagem)

Kerlon, drible da foca


O meia Kerlon, do Cruzeiro, ficou conhecido pelo "drible da foca", jogada em que conduz a bola na cabeça para superar a marcação do adversário. O lance surgiu durante o Campeonato Sul-Americano Sub-17, disputado em 2005, na Venezuela. Repercussão maior, no entanto, aconteceu na vitória sobre o Atlético-MG, por 4 a 3, no clássico local, pelo returno do Brasileiro. Kerlon foi parado com uma falta violenta pelo lateral-direito Coelho, que chegou a ser suspenso. Na foto, a foca em ação. (Crédito: Reprodução)
Para o Dia dos Pais, um dos destino para quem gosta do esporte é o Museu do Futebol, onde algumas das cenas clássicas acima podem ser vistas.Informações:0/xx/11/3664-3848 ou www.museudofutebol.org.br

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